sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Fichamento do livro "FREUD", Coleção "Os Pensadores"

Livro: Freud - Coleção Os Pensadores
Editora: Nova Cultural
Tradução: Janes Strachey

TÓPICOS CONTIDOS NO LIVRO
Cinco Lições de Psicanálise - A História do Movimento Psicanalítico - Espaço de Psicanálise: I A mente e seu funcionamento - II O trabalho prático - III O rendimento teórico

BREVE RESUMO

Em 1909, a Clark University, Worcester, Massachusetts, comemorou o vigésimo ano de sua fundação, e seu presidente, o Dr. G. Stanley Hall, convidou Freud e alguns de seus seguidores (C. F. G. Jung, S. Ferenczi, Ernest Jones e A. A. Brill) para participarem das celebrações. p8

O Dr. Joseph Breher (médico de Viena), empregou pela primeira vez esse método no tratamento de uma jovem histérica (1880-1882). p11

Pode-se observar que o médico se comporta para com o histérico de modo completamente diverso que para com o que sofre de uma doença orgânica. Nega-se a conceder ao primeiro o mesmo interesse que dá ao segundo, pois, não obstante as aparências, o mal daquele é muito menos grave. p14

MÉTODO CATÁRTICO: Ninguém, até o uso da hipnose, havia removido sintomas histéricos, nem penetrado tão profundamente na compreensão da sua causa. Se se confirmasse que outros sintomas da doente - e talvez a maioria - se houvessem originado do mesmo modo e do mesmo modo pudessem ser suprimidos... E realmente era assim. Quase todos se haviam formado desse modo, com resíduos - como "precipitados" - de experiências emocionais que, por essa razão, foram denominadas posteriormente "traumas psíquicos". p16

...nem sempre era um único acontecimento que deixava atrás de si os sintomas. p17

Os histéricos sofrem de reminiscências. Seus sintomas são resíduos e símbolos mnêmicos de experiências especiais (traumáticas). p19

Os histéricos e neuróticos: não só recordam acontecimentos dolorosos que se deram há muito tempo, como ainda se prendem a eles emocionalmente, não se desembaraçam do passado e alheiam-se por isso da realidade e do presente. "Essa fixação da vida psíquica aos traumas patogênicos é um dos caracteres mais importantes da neurose e dos que têm maior significação prática. p20

Tinha-se de admitir que a doença se instalava porque a emoção desenvolvida nas situações patogênicas não podia ter exteriorização normal; é que a essência da moléstia consistia na atual utilização anormal das emoções "enlatadas".... Em parte se desviavam para insólitas inervações e inibições somáticas, que se apresentavam como os sintomas físicos do caso (conversão histérica). p21

A conversão histérica representa uma expressão mais intensa das emoções. p22

SUGESTÃO PÓS-HIPNÓTICA: Uma ordem dada durante a hipnose é depois, no estado normal imperiosamente cumprida. Onde existe um sistema, existe também uma amnésia, uma lacuna da memória, cujo preenchimento suprime as condições que conduzem à produção do sintoma. p23

Dissociação histérica = A divisão da consciência. p26

Freud, não partia, como Janet, de experiências de laboratório e sim do trabalho terapêutico. p26

As recordações esquecidas, pelo doente (histérico), não se haviam perdido. Elas jaziam em poder do doente e prontas a ressurgir em associação com os fatos ainda sabidos, mas alguma força as detinha, obrigando-as a permanecer inconscientes. A força que mantinha o estado mórbido fazia-se sentir como resistência do enfermo. Nesta idéia de resistência, Freud, alicerssou sua concepção acerca dos processos psíquicos na histeria. Para o restabelecimento do doente mostrava-se indispensável suprimir estas resistências. As mesmas forças que hoje, como resistência, se opõem a que o esquecido volte à consciência deveriam ser as que antes tinham agido, expulsando da consciência os acidentes patogênicos correspondentes. A esse processo Freud deu o nome de "repressão". p28

Tratava-se em todos os casos do aparecimento de um desejo violento mas em contraste com os demais desejos do indivíduo e incompatível com as aspirações morais e estéticas da própria personalidade. produzia-se um rápido conflito, e o desfecho desta luta interna era sucumbir à repressão, a idéia que aparecia na consciência trazendo em si o desejo inconciliável, sendo a mesma expulsa da consciência e esquecida, juntamente com as respectivas lembranças. Era, portanto, a incompatibilidade entre a idéia e o ego do doente o motivo da repressão; as aspirações individuais, éticas e outras eram as forças repressivas. p28

Pode-se ver, desde logo, onde está a diferença entre a concepção de Freud e a de Janet: Freud não atribui a divisão psíquica à incapacidade inata para a síntese da parte do aparelho psíquico, mas explica-a dinamicamente pelo conflito de forças mentais contrárias, reconhecendo nela o resultado de uma luta ativa da parte dos dois agrupamentos psíquicos entre si. p30

Para Freud o que de mais importante nos proporcionou a observação de Brener foi esclarecer as relações dos sintomas com as experiências patogênicas ou traumas psíquicos, resultado que não devemos deixar de focalizar agora do ponto de vista da teoria da repressão. p31

Pelo tratamento psicanalítico desvenda-se o trajeto ao longo do qual se realizou a substituição, e para a recuperação é necessário que o sintoma seja reconduzido pelo mesmo caminho até a idéia reprimida. p32

Escola de Zurique (Bleuler, Jung e outros), propôs o nome de "complexo" a um grupo de elementos ideacionais interdependentes, catexizados de energia afetiva. p38

Experiência da associação: técnica aperfeiçoada por Jung (1906). p39

Quando perguntavam a Freud "como pode uma pessoa fazer-se psicanalista?", respondia que é pelo estudo dos próprios sonhos. p40

A criancinha sonha sempre com a realização de desejos que o dia anterior lhe trouxe. p41
Os sonhos dos adultos via de regra têm um conteúdo ininteligível, sem nenhuma semelhança com a satisfação de desejos. p41

Quem sonha, portanto, reconhece tão mal o sentido de seus sonhos como o histérico as correlações e a significação de seus sintomas. p42
O sonho manifesto que conhecem no adulto graças à recordação pode então ser descrito como uma realização velada de desejos reprimidos. p42

ELABORAÇÃO ONÍRICA: Processo no qual os pensamentos inconscientes do sonho se disfarçam no conteúdo manifesto. Em nenhuma outra situação (circunstância) se pôde estudar melhor os processos psíquicos, não suspeitados, que se passam no inconsciente ou, entre dois sistemas psíquicos distintos, como consciente e inconsciente. Entre tais processos psíquicos recentemente descobertos ressaltam notavelmente o da condensação e o do deslocamento. ... pela análise de sonhos também pode-se descobrir que o inconsciente se serve, especialmente, para a representação de complexos sexuais. p43

A ansiedade é uma das reações do ego contra desejos reprimidos violentos. p44

Só os fatos da infância explicam a sensibilidade aos traumatismos futuros e só com o descobrimento desses restos de lembranças ... é que adquirimos o poder de afastar os sintomas. Chegam aqui à mesma conclusão do exame de sonhos, que foram os desejos duradouros e reprimidos da infância que emprestaram à formação dos sintomas a força sem a qual teria decorrido normalmente a reação contra traumatismos posteriores. Estes potentes desejos da infância hão de ser reconhecidos, porém, em sua absoluta generalidade, como sexuais. p51

A principal fonte de prazer sexual infantil é a excitação apropriada de determinadas partes do corpo particularmente excitáveis, além dos órgãos genitais, como sejam os orifícios da boca, ânus e uretra e também pele e outras superfícies sensoriais. p53

Na puberdade a maré das necessidades sexuais encontra impulsos reprimidos. Os mais profundamente atingidos pela repressão são primeiramente os prazeres infantis coprófilo, isto é, os que se relacionam com os excrementos, e, em segundo lugar, os da fixação às pessoas da primitiva escolha de objeto. p55

a equivalência primitiva dos sexos como objeto sexual pode conservar-se, e disso se originará no adulto uma tendência homossexual. Esta série de distúrbios corresponde a entraves diretos no desenvolvimento da função sexual: abrange as perversões e o nada raro infantilismo geral da vida sexual. p56

As neuroses são para as perversões o que o negativo é para o positivo. A psicanálise mostra que a manifestação excessivamente intensa e prematura desses impulsos conduz a uma espécie de fixação parcial - ponto fraco na estrutura da função sexual. p56

A fuga da realidade insatisfatória, que pelos danos biológicos que produz, chamamos doença, não deixa jamais de proporcionar ao doente um prazer imediato; ela se dá pelo caminho da regressão às primeiras fases da vida sexual a que na época própria não faltou satisfação. p61

Esta regressão mostra-se sob dois aspectos: temporal e formal (porque emprega os meios psíquicos). p. 61

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