domingo, 21 de agosto de 2011

PODER E CULTURA NAS ORGANIZAÇÕES CONTEMPORÂNEAS

Resumo do artigo do Professor Luiz Alberto Beserra de Farias, da Fundação Cásper Líbeo/SP

É possível entender como poder não só aquilo que se manifesta no interior da organização mas também as influências que uma organização tem sobre outra e ainda como a inter relação destas atua no conjunto e nos resultados de cada qual. A cultura, por sua vez, deveria estar relacionada ao significado da organização, ou, numa leitura mais adequada, a imagem de uma organização deveria refletir seus traços culturais, como sincero retrato da sua identidade.

DEFININDO AS ORGANIZAÇÕES

Podemos definir organização como "agentes coletivos, à semelhança das classes sociais, das categorias sociais e dos públicos" que "são planejadas de forma deliberada para realizar um determinado objetivo"(SROUR, 1998:108). O Novo Dicionário Aurélio, enuncia que seja "associação ou instituição com objetivos definidos" (FERREIRA, 1975:1005)

As organizações preocupavam-se primordialmente com a estrutura. Foi Elton Mayo, quem começou o questionamento sobre as relações humanas, dando algumas das primeiras contribuições a essa temática, seguido principalmente por Follet e Barnard. Este, no seu estudo da "Autoridade e Comunicação", defendia que "as pessoas têm motivações individuais e cooperam com os outros para atingir certos propósitos' (Apud PARK, 1997).

A Visão Sistêmica, encara as organizações como organismos vivos, as quais, dentro do paralelo, desenvolvem-se e adaptam-se aos impulsos da realidade. Segundo Capra, "o controle não é a melhor abordagem, mas sim a cooperação, o diálogo e a colaboração" (Apud REGIS & MOGGI, 1994: 138-139), deixando claras as suas posições sobre o poder e suas manifestações no âmbito organizacional.

INTERVENÇÃO DO PODER

O poder deve ser visto como a possibilidade de decidir, de estar em posição privilegiada em relação a um determinado grupo. Na organização "o poder é uma relação social, não uma posse unilateral" (SROUR, 1998:135). E ainda "as relações sociais, internas às organizações, articulam classes sociais e categorias sociais, e dizem respeito aos processos de produção econômica, política e simbólica" (SROUR, 1998:112), em que as classes sociais são, nesse aspecto, empresários, gestores ou trabalhadores, as categorias sociais são definidas por gênero, raça, etnia, religião, condições de atividade etc e, ainda nessa conceituação, cabe destacar os públicos, grupos de pessoas que têm interesse e objetivos comuns, que os unem, podendo ser clientes, fornecedores, eleitores, correntistas etc.

O poder está ligado às relações sociais já que é a partir destas que se faz presente e que se faz necessário, atuando nos "processos de controle, de articulação, de arbitragem e de deliberação" (SROUR, 1998:134).

O poder hoje manifesta-se, ainda, sob diversas formas. Mas a força não é um modo exeqüível de manutenção do poder.

Simões define que a essência das Relações Públicas "é a relação de poder entre a organização e seus públicos" (SIMÕES, 1995:35). "Toda organização, seja ela qual for, além dos seus objetivos específicos (...) é um subsistema social no interior da sociedade global. Enquanto subsistema social possui, em seu interior, relações sociais que se denomina relação política" (Apud SIMÕES, 1995:37).

A liderança pode ser vista como o fator determinante na atualidade. A chamada profissionalização de gestão, o que se manifesta quando "a detenção do poder, que está em mãos dos proprietários, fica dissociada do exercício doo poder, concedido aos gestores assalariados" (SROUR, 1998:149), os quais são escolhidos como representantes dos interesses dos reais detentores do poder, os proprietários.

A liderança, por outro lado, é obtida de forma natural e espontânea, por motivos diversos, pelos próprios grupos para quem o líder se torne referência. A disputa pelo poder e domínio dos espaços, físicos e sociais, amplia-se quando se percebe que a autoridade do poder divide-se em várias instâncias, entrando em conflito pelos bens que a organização pode proporcionar a cada um (salários, benefícios) bem como pelo status que se busca dentro da relação social no microcosmo organizacional.

CULTURA, TRANSFORMAÇÃO E ACULTURAÇÃO ORGANIZACIONAL

Definamos cultura como "um conjunto de padrões que permitem a adaptação dos agentes sociais à natureza e à sociedade a qual pertencem, e faculta o controle sobre o meio ambiente" (SROUR, 1998:174).

Cada agrupamento social, inclusive aqueles presentes nas organizações, tendem a superestimar seus padrões de comportamento, desprezando outros (SROUR, 1998), o que pode ser um elemento dificultador - ou facilitador - dos processos de mudança, em que, em muitos casos, estes são vistos como ameaças e não como oportunidades.

A INFLUÊNCIA DA COMUNICAÇÃO NO PODER E NA CULTURA DA ORGANIZAÇÃO

O poder, serve-se das vias de comunicação para criar maiores vínculos com o público, de modo a influenciar favoravelmente a formação da opinião pública.

A sintonia entre o poder e as lideranças é fundamental no sentido de efetivar positivamente o processo de formação da opinião em que os líderes ou formadores de opinião influenciam a forma de absorção das informações dos grupos sobre os quais têm influência.

A CONTRIBUIÇÃO DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

As Relações Públicas têm como seu início histórico a administração de conflitos vividos por empresários norte-americanos com a opinião pública.

A PROPOSTA INSTITUCIONAL ÚNICA

É importante que as organizações tenham claros os seus objetivos comerciais. Ficando claro o papel do marketing para definir de forma precisa a política de proposta única de vendas.

Missão, filosofia, objetivos, políticas sociais, devem, todos, ser definidos de modo a possibilitar à organização um trabalho contínuo rumo à concretização da definição de seu papel junto à sociedade.

Não se podem separar imagem do produto, da marca e conceito da organização pelas claras interfaces existentes entre esses elementos (ZOZZOLI, 1995).

PROPOSTA INSTITUCIONAL E EMPRESA DO ANO

Diversas empresas vêm investindo na qualidade de seus relacionamentos com a sociedade de forma geral e com as comunidades que as cercam. Isso sem descuidar-se do público interno, fator essencial no processo de definição dos valores da organização.

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