quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Passagens do Livro "O PRÍNCIPE" de Maquiável

Livro: O PRÍNCIPE
Autor: Nicolau Maquiavel
Coleção "Os pensadores"
Editora: Nova Cultural


Este é um breve resumo das partes que considerei como mais importantes, embora aconselho a todos que leiam o livro em sua totalidade, certamente não irão se arrepender.
Wesley

O PRÍNCIPE

O objeto das reflexões de Maquiavel é a realidade política, pensada como prática humana concreta, e o centro maior de seu interesse é o fenômeno do poder, formalizado na instituição do Estado.

Segundo Maquiavel "Não se trata de estudar o tipo ideal de Estado, mas compreender como as organizações políticas se fundam, se desenvolvem, persistem e decaem". p16

Maquiavel concluiu ... que os homens são todos egoístas e ambiciosos, só recuando da prática do mal quando coagidos pela força da lei. Os desejos e as paixões seriam os mesmos em todas as cidades e em todos os povos. p17

CAPÍTULO I

Determinadas as causas da prosperidade e da decadência dos Estados antigos, pode-se assim compor um modelo analítico para o estudo das sociedades contemporâneas, já que às mesmas causas correspondem os mesmos efeitos. p17

O estadistas sábio e prudente busca na história uma situação semelhante e exemplar, da qual saberia extrair o conhecimento dos meios para a ação e a previsão dos efeitos. Para ser eficaz, a iniciativa política deve ajustar-se às circunstâncias. p18

No curso do instrumento dos mecanismos de poder, a neutralidade moral decorreria da adequação do agir à realidade. O homem político deve estar sempre atento aos sinais da fortuna (sorte), pois conhecerá a ruína se, mudando o tempo e as coisas, não alterar seu comportamento. p19

Os fins justificam os meios: O poder puramente pessoal degenera facilmente em tirania e instabilidade. p22

Numa nação não corrompida, onde as instituições mantenham pela educação e pelo exemplo as virtudes cívicas, os cidadãos sobrepõem os interesses gerais aos particulares. A liberdade reforça a coesão interna e desanima as pretensões de conquista dos Estados rivais. p22-23


Os conflitos sociais são necessários, porque são próprios à natureza da liberdade. p23

Se existem boas teorias política, a prática é sempre diferente. Maquiavel simplesmente fez da prática uma teoria. p27

CAPÍTULO II

Principados hereditários... espécie de Estados, ligados à família de seu príncipe, menos do que nos novos se apresentam as dificuldades de conservá-los, porque é o bastante não abandonar os procedimentos de seus antecessores, e depois contemporanizar com as situações novas, de maneira que se o príncipe possuir inteligência comum, preservar-se-á sempre em seu Estado, caso uma força extraordinária e desmedida não o prive dele; e ainda que assim aconteça, poderá retomá-lo, por pior que seja o ocupante. p39

CAPÍTULO III

Os homens trocam com boa vontade de senhor, acreditando melhorar, e essa crença faz com que tomem armas contra o senhor atual. Na verdade, enganam-se, e a própria experiência lhes mostra a piora. Isso depende de outra necessidade, que leva um novo príncipe a ofender os novos súditos com a sua tropa, e por intermédio das seguidas ofensas que decorrem de uma conquista recente. p41

Dessa maneira, teus inimigos são todos os que se acham ofendidos porque ocupas o principado; e não podes considerar amigos os que ali te colocaram, pois que não podem estes ser satisfeitos como desejavam. Não te será possível utilizar contra eles remédios enérgicos, pois está obrigado para com eles e assim, mesmo que nos exércitos sejas poderosíssimo, necessitas da boa vontade dos habitantes para adentrar uma província. p41

É verdade que, quando conquistados pela segunda vez, os países revoltados com maior dificuldade se perdem: a pretexto da rebelião, o príncipe reluta menos em garantir castigo aos revoltosos, aclarar as suspeitas, prover à própria fragilidade. p42

A ordem dos fatos é que, quando um estrangeiro poderoso chega a uma província, todos os que se acham enfraquecidos lhe deem apoio, motivados pela inveja daquilo que os ensenhora. Por esse motivo, deve se lhes alcançar a adesão; de boa vontade formarão bloco com o Estado conquistado. Há o risco de ficar fortes demais e com muita autoridade; se assim for, com facilidade tornar-se-ão árbitros da província, submetendo os poderosos com as próprias forças do conquistador. A esse respeito, aquele que não comandar bem, rapidamente perderá a conquista, e enquanto não a perder terá sucessivos dissabores e dificuldades. p44

Assuntos do Estado: se aos males se conhece com antecedência, o que é concedido apenas aos homens prudentes, rapidamente se pode curá-los; mas se, por ignorados, aumentam a ponto de a todos se dar a conhecer, não terão, aqueles males, mais remédio. p45

O rei Luís cometeu cinco erros: abateu os menos poderosos, aumentou a autoridade de um poderoso na Itália, trouxe um poderosíssimo estrangeiro, não habitou a Itália nem formou aí colônias. p47

CAPÍTULO V

Três maneiras há de preservar a posse de Estados acostumados a governar por leis próprias: "primeiro, devastá-los; segundo, morar neles; terceiro, permitir que vivam com suas leis, arrecadando um tributo e formando um governo de poucas pessoas, que permaneçam amigas. p53

Entretanto, não sabem ser livres as cidades ou províncias acostumadas à sujeição a um príncipe, uma vez extinta a linhagem dele. Ao sentir a falta deste, e habituados a obedecer, não cogitam eleger, entre si, um novo príncipe. Desse modo, são pouco afeitos às armas, e nessas circunstâncias será mais fácil conquistar-lhes a estima e garantir-lhes a lealdade. Já nas repúblicas... não permitem, nem podem permitir, que a memória da antiga liberdade descanse. p54

Para preservar uma república, então, o melhor caminho é destruí-la ou habitá-la pessoalmente. p54

As dificuldades encontradas na conquista do principado originam-se, em parte, da nova ordem legal e dos costumes que se vêem obrigados a introduzir para a instituição do Estado e para sua própria segurança... nada há de mais difícil, nem de sucesso mais duvidoso, nem mais arriscado, do que estabelecer novas leis. O novo legislador terá todos os beneficiados pela antiga legislação por inimigos, e contará com tímidos defensores entre os beneficiados pelas novas leis. Essa fraqueza vem, em parte, do temor dos adversários, e em parte da descrença dos homens, que só crêem na verdade das coisas novas depois de uma firme experiência. Decorre então que os adversários, assim que a oportunidade de assaltar se apresenta, fazem-no com fervor, como sectários, e os outros o defendem sem animação e assim corre perigo a defesa do príncipe. p57

Todos os profetas armados venceram, enquanto os desarmados fracassaram. p57

Os homens ou se conquistam ou se eliminam. p64

CAPÍTULO VI
CAPÍTULO VII

CAPÍTULO VIII

É preciso ressaltar que, ao se assenhorar de um Estado, aquele que o conquista deve definir as ofensas a executar e fazê-lo de uma só vez, a fim de não ter de as renovar a cada dia. assim, será capaz de nos homens inspirar confiança, conquistando-lhes o apoio ao conceder-lhes benefícios. p71

CAPÍTULO IX

Aquele que se faz príncipe pelo favor do povo deve permanecer amigo dele, o que não oferece dificuldades, pois este quer simplismente não receber opressão. Mas o que ascender ao principado contra a vontade do povo, por favor dos poderosos, deve, em primeiro lugar, conquistar o povo. p75

Conclui-se, então, que um príncipe prudente deve pensar nos modos de ser necessário aos súditos, sempre, e de estes necessitarem do Estado; depois, ser-lhe-ão sempre leais. p76

CAPÍTULO X

Às empresas difíceis, são contrários os homens; e não existe facilidade no ataque a quem possui um Estado poderoso e a estima do povo. p

CAPÍTULO XI

CAPÍTULO XII

Há necessidade de um príncipe estabelecer alicerces sólidos; sem isso, sua ruína será certa. p85

Os capitães mercenários ou são grandes militares ou não são nada; se forem, não poderás confiar neles, pois sempre aspirarão à própria glória, quer dominando a ti, que és o patrão delas, quer oprimindo os outros, contra a tua vontade. Caso não sejam grandes capitães, por esse mesmo motivo irão arruinar-te. p86-87

... as tropas devem ser utilizadas ou por um príncipe ou por uma república. O príncipe em pessoa deve fazer-se capitão; já a república deve colocar nesse posto um de seus cidadãos, e, caso seja a escolha infeliz, precisa substituí-lo rapidamente. p86-87

Ensino a experiência que os príncipes, atuando por si mesmos, e as repúblicas, quando armadas, são capazes de grandes progressos, enquanto as armas mercenárias só dão prejuízos. p87

CAPÍTULO XIII

Em suma, nas tropas mercenárias é perigosa a covardia; nas auxiliares, o mérito. p92

Essas tropas sempre foram repelidas pelos príncipes prudentes, que preferiram servir-se das próprias forças, optando ser derrotados com elas a vencer com o apoio das outras, e qualificando como falsa vitória conquistada com tropas alheias. p92

Concluo, que nenhum principado está assegurado sem forças próprias; antes, está ao sabor da fortuna, e não há virtude que o defenda nos momentos adversos. p94

CAPÍTULO XIV

Pois que, de outros motivos que te trazem males, o estar desarmado te força a ser submisso, e essa é uma das desonras que um príncipe deve evitar. p95

Um príncipe deve se preocupar sempre com a arte da guerra, e praticá-la na paz mais ainda do que na guerra, e é possível conseguir isso de dois modos: pela ação ou somente pelo pensamento. p96

Se os inimigos se encontrassem sobre aquele monte, e nós estivéssemos aqui, com nossos exércitos, qual lado teria maior vantagem? Como ir ao encontro deles, observando nossa formação? caso quiséssemos bater em retirada, como o faríamos? Caso eles se retirassem, de que modo iríamos seguí-los? p97

Um príncipe sábio deve prestar atenção a essas coisas e jamais permanecer ocioso nos tempos de paz; ao contrário, deve, com astúcia, ir juntando cabedal de que se possa servir nas adversidades, para sempre estar pronto a opor-lhes resistência. p97

CAPÍTULO XV

Qualquer um reconhecerá ser digno de louvor o fato de um príncipe possuir, entre todas as qualidades, as consideradas boas; mas a condição humana é tal que não permite a posse total de todas elas, nem mesmo a sua prática consistente; é mister que seja o príncipe prudente a ponto de evitar os defeitos que lhe poderiam tirar o governo e praticar as qualidades que lhe garantam a posse, se possível; se não puder, com menor preocupação, deixe que as coisas sigam seu curso natural. E não se importe em sujeitar-se à fama de ter certos defeitos, sem os quais lhe seria difícil salvar o governo, porque, levando em conta tudo, encontrar-se-ão coisas que parecem virtudes e que, se praticadas, conduzí-lo-iam à ruína, e outras que podem se assemelhar a vícios e que, observadas, trazem bem-estar e segurança ao governante. p100

CAPÍTULO XVII

Ao príncipe, assim não deve importar a pecha de cruel para manter unidos e com fé os seus súditos, pois, com algumas excessões, é ele mais piedoso do que aqueles que, por clemência em demasia, permitem o surgimento de desordens das quais podem originar-se assassínios ou rapinagem. p105

Se é preferível ser amado ou temido... é muito mais seguro ser temido do que amado, quando se veja obrigado a falhar numa das duas. p106

Deve, em especial, impedir-se de aproveitar os bens alheios, uma vez que os homens se esquecem mais rapidamente da morte do pai do que da perda de patrimônio. p107

CAPÍTULO XVIII

Deveis saber que dois modos há de combater: um, pelas leis; outro, pela força. O primeiro é natural do homem; o segundo dos animais. ... O príncipe, deve saber empregar adequadamente o animal e o homem. p109

É preciso ... ser bom simulador e dissimulador. E tão simples são os homens, e o obedecem tanto às necessidades presentes, que aquele que engana sempre achará a quem enganar. Não é preciso que o príncipe tenha todas as qualidades...; basta que aparente possuí-las. p110-111

Os homens costumam julgar mais pelos olhos do que pelas mãos, uma vez que todos podem enxergar, mas poucos sabem sentir. Todos vêem o que tu pareces, poucos o que realmente és. p111

CAPÍTULO XIX

O príncipe deve evitar,... aquilo que possa torná-lo odioso ou desprezível;... O que faz em especial odioso... é ser rapace e usurpador dos bens e das mulheres dos súditos. Quando não se tiram aos homens os bens e a honra, vivem eles satisfeitos e somente se deverá combater a ambição de poucos, a qual pode ser contida facilmente e de variadas maneiras. Desprezível torna-se o príncipe considerado volúvel, leviano, efeminado, covarde, indeciso... Deve ele fazer com que de seus atos se reconheça a grandeza, a coragem, a gravidade e a fortaleza;... deve tornar irrevogável a sua sentença, comportando-se de maneira a que ninguém cogite enganá-lo ou fazer com que mude de idéia. p113

... contra aquele que goza de reputação... dificilmente se conspira e dificilmente se ataca. Deve um príncipe ter duas razões de receio: uma interna, de parte de seus súditos, outra externa, da parte dos poderosos de fora. p113-114

... a um príncipe pouco devem importar as conspirações, se for amado pelo povo; porém, se este é seu inimigo e o odeia, deve temer tudo e todos. Os Estados bem organizados e os príncipes prudentes sempre se preocuparam em não deduzir os grandes ao desespero e satisfazer o povo, porque essa é uma das coisas mais importantes que um príncipe deve ter em mente. p115-116

... um príncipe, desejando manter o Estado... é forçado muitas vezes a não ser bom, porque quando aquela maioria - seja ela composta de povo, soldados ou grandes - de que julgas precisar para preservares o poder é corrupta, será proveitoso que siga tuas propensão a contentá-la; e, dessa maneira, são prejudiciais as boas ações. p115-116

É de se assinalar... que esses assassínios, decididos por homens obstinados, são impossíveis, aos príncipes, evitar, porque todos os que não sentem medo da morte poderão executá-los. p118

... Deve apenas impedir-se de ofender gravemente algumas das pessoas de que se vale, e que junto dele permanecem. p120

CAPÍTULO XX

Ao tratares aqueles de maneira diferente, obriga-os para contigo, e os outros te irão desculpar por isso, acreditando ser preciso haver maior recompensa aos que se encontram expostos a maiores riscos exatamente em função de tais obrigações. p125-126

Ao desarmá-los, principias por ofendê-los, indicando que desconfias deles, ou porque és covarde, ou porque neles não te fias. Qualquer dessas opiniões causará ódio contra ti. p125-126

... ao príncipe é muito mais fácil ganhar a amizade dos que se sentiam satisfeitos com o regime antigo, e que são, assim, seus inimigos, do que a daqueles que, por descontentes, tornaram-se seus amigos e aliados, auxiliando-o na conquista do Estado. p128

A melhor fortaleza de todas é não ser alvo do ódio do povo... nunca faltam aos povos rebelados príncipes de fora que queiram ajudá-los. p129

CAPÍTULO XXI

Nada promove tanto a estima de um príncipe como as grandes empresas e os raros exemplos. p131

... quando alguém faça qualquer coisa fora do comum, de bem ou de mal na vida civil, o príncipe deve, para recompensá-lo ou puní-lo, agir de maneira tal que dê margem a amplos comentários. E, acima de tudo, um príncipe deve trabalhar para que, em cada ato, conquiste reputação de grande homem. p132

Quem vence não deseja amigos suspeitos, os quais não dêem ajuda nas adversidades; quem perde não te irá aceitar, pois não quiseste, de armas na mão, correr o mesmo risco. p132

Sempre sucederá que quem não é teu amigo irá pedir-te que sejas neutro, e quem o é pedirá que tomes de armas abertamente... quando, com coragem, tomar partido aberto por um dos contendores, se aquele a quem te uniste vencer, ainda que seja poderoso e que permaneças à sua mercê, terá ele obrigações para contigo e será compelido a ter-te amizade; e os homens nunca são tão cruéis que desejam oprimir aqueles a quem devem agradecer. Além disso as vitórias nunca são integrais a ponto de o vencedor não precisar avaliar outras considerações, principalmente de justiça. p133

Se, no entanto, aquele a quem ajudas perder, serás socorrido por ele quando possível, e, em tal caso, permanecerás unido a uma fortuna que pode renascer. p133

... um príncipe deve ter a cautela de não fazer aliança com um que seja mais poderoso senão quando a necessidade obrigar... pois, vencendo, tornar-se-á prisioneiro do aliado. p133

A prudência encontra-se justamente em conhecer a natureza dos inconvenientes e adotar o menos prejudicial como sendo bom. p134

Também deve um príncipe mostrar-se amante das virtudes e honrar os que se destacam em qualquer arte. p134

CAPÍTULO XXII

... a primeira conjetura que se faz, em relação às qualidades de inteligência de um príncipe, consiste na observação dos homens que ele tem em volta de si. Quando estes são competentes e leais, pode-se considerá-lo sábio, pois soube dar reconhecimento às qualidades daqueles e conservá-los fiéis. ... existem três espécies de cabeças - uma que compreende as coisas por si própria, outra que sabe discernir o que os outros entendem e, por fim, uma terceira, que não entende nem por si nem sabe avaliar o trabalho dos outros (a primeira é excelente, a segunda muito boa e a terceira inútil). p135

Para que um príncipe possa conhecer bem o ministro, há um modo que nunca falha: quando perceberes que o ministro pensa mais em si mesmo do que em ti, e que procura tirar proveito pessoal de todas as suas ações, podes estar certo de que não é bom e nunca poderás confiar nele. De outro lado, o príncipe para ter garantia do ministro, deve pensar nele, honrando-o, tornando-o rico, obrigando-o para consigo, fazendo-o tomar parte de honrarias e de cargos, de tal sorte que as muitas honrarias não lhe façam querer outras, as muitas riquezas não lhe façam desejar maiores, e os muitos cargos não lhe façam recear mudanças. p136

CAPÍTULO XXIII

Deve um príncipe prudente conduzir-se escolhendo os homens sábios de seu Estado, e apenas a estes deve conceder o direito de dizer-lhes a verdade, mas apenas sobre as coisas de que forem perguntados. Deve fazer-lhes consultas acerca de tudo e ouvir-lhes a opinião, e deliberar, em seguida, como bem quiser e com conselhos daqueles, agir de maneira tal que eles notem que, quanto mais liberdade tiverem de falar, tanto mais facilmente suas opiniões serão seguidas. p137

Deve um príncipe, desse modo, sempre pedir conselhos, mas somente quando quiser, não quando os outros entenderem;... deve fazer muitas indagações e ouvir com paciência a verdade sobre as coisas indagadas. Caso julgue que alguém por qualquer temor, não lhe esteja dizendo a verdade, o príncipe deve demonstrar desagrado. p138

... os bons conselhos, venham de onde vierem, decorrem da prudência do príncipe, não a prudência do príncipe dos bons conselhos. p139

CAPÍTULO XXIV

Um príncipe recente tem suas ações mais vigiadas do que um hereditário, e, caso essas ações revelem virtude, atraem muito mais aos homens e os obrigam muito mais do que a antiguidade do sangue... os homens são muito mais presos às coisas presentes do que às do passado, e, quando acham o bem naquelas, contentam-se e nada mais buscam. p141

... é habitual que os homens, na bonança, não se preocupem com a tempestade. p142

CAPÍTULO XXV

... é melhor ser impetuoso do que prudente, porque a fortuna é mulher e, para ter-lhe o domínio, mister se faz bater nela e contrariá-la. E costuma-se reconhecer que a mulher se deixa subjugar mais por estes do que por aqueles que agem de maneira diferente. A fortuna, como mulher, é sempre amiga dos jovens, pois são menos circunspectos, mais impetuosos e com maior audácia a dominam. p146

APÊNDICE

... como disse Dante, não é capaz a ciência do que não guardou o que não escutou. p156

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