Autor: Emile Durkheim
Gênero: Ciências Sociais
Ano de lançamento: 2001
Editora: Nacional
RELAÇÕES DE PODER
O Poder se expressa nas diversas relações sociais, onde existem Relações de Poder, existe política. Max Wber afirmava que a política não se restringe ao campo institucional estatal e explicita claramente, “Hoje, nossas reflexões não se baseiam, decerto, num conceito tão amplo. Queremos compreender como política apenas a liderança, ou a influência sobre a liderança, de uma associação política, e, daí hoje, de um Estado” (Weber, 1974, p. 97)
RELAÇÕES DE PODER NO ÂMBITO DAS ORGANIZAÇÕES
Justiça implica juízo de valor, e valores são minimamente compartilhados nas organizações, contestando a antiga visão da cultura única.
Weber argumentou que a religião era uma das razões não-exclusivas do porque as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, a burocracia e do estado racional e legal nos países ocidentais. Em outro trabalho Política como vocação, Weber definiu o Estado como “uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física”.
ESCRITOS E OBRAS
A obra de Weber constitui um momento da compreensão dos fenômenos históricos e sociais, da reflexão sobre o método das ciências histórico-sociais. Para Weber, o “espírito do povo” é produto de inumeráveis variáveis culturais e não fundamento real de todos os fenômenos culturais de um povo.
Para Weber, o cientista social deve estar pronto para o reconhecimento da influência que as formas culturais, como a religião, por exemplo, podem ter sobre a própria estrutura econômica.
A OBJETIVIDADE DO CONHECIMENTO
Os seguidores da visão austríaca de pensamento de pensamento econômico entendiam que a função das ciências humanas era formular leis que explicassem os fenômenos sociais. Esta posição, chamada de “positivismo”, era defendida por Carl Menger.
Max Weber concorda com o fato de que as ciências humanas lidam com o fenômeno do valor. Só analisamos aqueles elementos da realidade que tem algum sentido para nós, a partir de nossas referências de valor.
Weber reconheceu que toda pesquisa tem um ponto de partida subjetivo (ligado a referência de valor do pesquisador), mas entendeu que este dado não destruía a objetividade da ciência. O valor cognitivo da ciência social reside na sua capacidade de controlar a pesquisa mediante métodos sistemáticos e padronizados de trabalho. Assim, se o ponto de partida da investigação até pode ser subjetivo, ocorre que o ponto de chegada deverá ser rigorosamente objetivo.
Weber apresentou uma definição de um dos seus mais importantes conceitos: o TIPO IDEAL. Tal conceito mostra que as categorias da ciência social são uma construção subjetiva do pesquisador, feita a partir de seus interesses.
SOCIOLOGIA
Um dos conceitos-chaves da obra e da teoria sociológica de Weber é a ação. A ação é um comportamento humano no qual os indivíduos se relacionam de maneira subjetiva e a ação social, caracterizada por ser uma ação que possui um sentido visado e é determinado pelo comportamento alheio. A análise da teoria weberiana como ciência tem como ponto de partida a distinção entre quatro tipos de ação (que são sociais):
- A ação racional com relação a um objetivo é determinada por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros homens e utiliza essas expectativas como condições ou meios para alcance de fins próprios racionalmente avaliados e perseguidos. É uma ação concreta que tem um fim específico, por exemplo: o engenheiro que constrói uma ponte;
- A ação racional com relação a um valor é aquela definida pela crença consciente no valor – interpretável como ético, estético, religioso ou qualquer outra forma – absoluto de uma determinada conduta. O ator age racionalmente aceitando todos os riscos, não para obter um resultado exterior, mas para permanecer fiel a sua honra, qual seja, à sua crença consciente no valor, por exemplo, um capitão que afunda com o seu navio;
- A ação afetiva é aquela ditada pelo estado de consciência ou humor do sujeito, é definida por uma reação emocional do ator em determinadas circunstâncias e não em relação a um objetivo ou a um sistema de valor, por exemplo, a mãe quando bate em seu filho por se comportar mal;
- A ação tradicional é aquela ditada pelos hábitos, costumes, crenças transformadas numa segunda natureza, para agir conforme a tradição o ator não precisa conceber um objeto, ou um valor nem ser impelido por uma emoção, obedece a reflexos adquiridos pela prática.
Para Weber a Sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social. Para ele era o ponto de partida para a Sociologia, a compreensão e a percepção do sentido que a pessoa atribui à sua conduta.
O principal objetivo de Weber é compreender o sentido que cada pessoa dá a sua conduta. Cabe a sociologia entender como acontecem e se estabilizam as relações sociais, os grupos organizados e as estruturas coletivas da vida social.
A sua idéia é que a sociedade como totalidade social é o resultado das formas de relação entre seus sujeitos constituintes. Tomando como ponto de partida da compreensão da vida social o papel do sujeito, a teoria de Max Weber é denominada de individualismo metodológico.
SOCIOLOGIA DA RELIGIÃO
Weber tinha a intenção de examinar as implicações das orientações religiosas na conduta econômica dos homens.
No desenvolvimento do capitalismo, dois fatores deveriam ser apreciados: a forma (em particular, a moderna organização racional do trabalho e da empresa) e o espírito do capitalismo (que ele exemplificou através do exemplo das máximas de Benjamin Franklin, como “tempo é dinheiro”, “crédito é dinheiro”, “o dinheiro é prolífico por natureza”, etc). Os pioneiros do capitalismo pertenciam às seitas puritanas e em função disso levavam a vida pessoal e familiar com bastante rigidez. As convicções religiosas desses puritanos os levavam a crer que o êxito econômico era como uma bênção de Deus. É a partir do caráter racional conferido ao trabalho e a busca da riqueza a partir destas crenças que o modo de vida capitalista se propagou e generalizou. Atualmente, a motivação religiosa da busca disciplinada da riqueza mediante o trabalho ordenado foi sendo substituída por motivações puramente mundanas, lógica que Weber entendeu conduzem o mundo moderno a uma “jaula de ferro”. Esta visão crítica do capitalismo do seu pensamento com a visão marxista, corrente que, sem menosprezar as sensíveis diferenças entre as duas formas de pensamento, foi sendo denominada de webere marxismo.
Weber (junto com Émile Durkheim) é um dos fundadores da sociologia da religião, área de estudos sociológicos que estuda o caráter social e cultural dos comportamentos religiosos.
SOCIOLOGIA POLÍTICA
Weber delineia a famosa descrição da burocratização como uma mudança da organização baseada em valores e ação (a chamada autoridade tradicional). O resultado segundo Weber é uma crescente burocratização da vida humana a colocando numa gaiola de metal de regras e de controle racional.
Dominação é a possibilidade de um determinado grupo se submeter a um determinado mandato. Weber define três tipos de dominação que podem ser consideradas legítimas. São elas: legal, tradicional e carismática.
DOMINAÇÃO LEGAL: É mais bem representada pela burocracia. A idéia principal da dominação legal é que deve existir um estatuto que pode ou criar ou modificar normas. Nessa forma de dominação, o dominado obedece à regra, e não à pessoa em si. Assim o poder é totalmente impessoal. O ingresso de um funcionário em uma empresa é livre, e assim, a partir de seu ingresso, ele deve ser submetido às regras da empresa, ele terá sua submissão regulamentada em um contrato, mas sua renúncia é igualmente livre. Mas nenhuma estrutura de autoridade é puramente burocrática, já que não tem como uma empresa ser constituída apenas de funcionários contratados.
DOMINAÇÃO TRADICIONAL: Crença na santidade de quem dá a ordem e de suas ordenações. O ordenamento é fixado pela tradição. Nos dias de hoje, pode-se observar a dominação tradicional quando, por exemplo, um pai emprega seu filho em uma empresa pelo simples fato de ser seu filho. Não há um estatuto e o senhor pode agir com livre arbítrio.
DOMINAÇÃO CARISMÁTICA: A dominação carismática é muito frágil e a devoção ao líder só é mantida enquanto o carisma existir. Weber tinha uma preocupação muito aguda com os fenômenos da burocratização e que sua contribuição consistia em pensar quais os espaços possíveis de liberdade diante das transformações do capitalismo contemporâneo.
Seus conceitos centrais (política, poder, Estado e os tipos de dominação), Weber discorre sobre o processo de formação do Estado Moderno (resultado da monopolização dos meios de gestão da violência), destacando como ele foi acompanhado com o surgimento de uma figura muito peculiar no Ocidente: o político profissional. A vocação política exigia certas qualidades, entre as quais ele destacou a paixão por uma causa, o senso de proporção e a responsabilidade. Longe de mover-se apenas na esfera crua da luta do poder pelo poder.
SOCIOLOGIA ECONÔMICA
Enquanto fenômenos social, o capitalismo é uma das expressões da vida racionalizada da modernidade Ocidental e é similar, em sua forma racional, ao campo da política, do direito, da ciência, etc. Weber rompe com a definição marxista de que o capitalismo é um fenômeno exclusivo da era moderna: daí a expressão capitalismo “moderno”. Para Weber, o capitalismo é um fenômeno que atravessa a história, pois a busca do lucro já pode ser localizada nas sociedades primitivas e antigas, nas grandes civilizações e mesmo nas sociedades não-ocidentais.
Weber construiu diferentes “tipos ideais” de capitalismo.
Max Weber é considerado, atualmente, um dos precursores da “sociologia econômica”.
A CIÊNCIA COMO VOCAÇÃO
Para Weber, a modernidade achava-se dilacerada por um conflito de valores – na linguagem de Weber, pela guerra dos deuses – e a escolha do sentido último da vida era uma responsabilidade pessoal que não poderia ser credita à ciência.
INFLUÊNCIA POSTERIOR
A influência de Marx evidencia-se no fato de ambos terem compartilhado o grande tema – o capitalismo ocidental, estudando-o da perspectiva histórica, econômica, ideológica, e sociológica. A capacidade que teria o materialismo histórico de encontrar explicações adequadas à história social.
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