Big-trail da Yamaha surge com um maior propulsor de dois cilindros e bastante tecnologia. O preço sugerido é de R$ 59.800.
Matéria do site Webmotors
Texto: Arthur Caldeira / Infomoto
Fotos: Mario Villaescusa
(10-03-11) - Um dos lançamentos mais aguardados para este ano, a Yamaha XT1200Z Super Ténéré chega este mês às concessionárias brasileiras. O modelo, uma reedição da lendária big-trail nipônica, traz motor bicilíndrico de maior capacidade e muita tecnologia embarcada para brigar no segmento de motos big-trail.
Da antiga aventureira, Super Ténéré 750, sucesso em todo o mundo na década de 90, restou apenas o nome e a inspiração no temido deserto africano de Ténéré no centro sul do Saara. No restante, a Super Ténéré 1200 é completamente nova e moderna.
Proposta
Segundo os engenheiros da Yamaha, o desenvolvimento da nova Super Ténéré começou a partir de uma folha em branco, porém com objetivos claros: um novo motor de grande capacidade cúbica com torque à vontade; agilidade no fora de estrada e precisão em estradas sinuosas; muito conforto, e praticidade para se levar bagagem e garupa; além de tecnologia para melhorar a segurança e a versatilidade.
Trocando em miúdos, para criar a nova Super Ténéré a Yamaha decidiu seguir a receita de sucesso da líder de vendas no segmento a BMW R 1200 GS. Para isso dotou sua big-trail com qualidades para brigar de frente com o modelo alemão. Copiando inclusive muitas soluções técnicas da BMW, como transmissão final por eixo cardã, controle de tração, freios ABS e conforto de sobra.
Visualmente, porém, a nova XT1200Z não lembra a concorrente alemã. De porte avantajado, traz dois faróis na dianteira, um grande pára-brisa regulável, banco largo em dois níveis e uma grande variedade de acessórios, como malas laterais e top case em alumínio. Entretanto, a grande diferença está na motorização.
Dois cilindros paralelos
A configuração escolhida para dar vida à nova XT1200Z Super Ténéré foram dois cilindros paralelos, diferentemente do motor de cilindros opostos da BMW. A arquitetura do modelo japonês resulta em um estreito e compacto propulsor de 1.199 cm³ de capacidade, que garante torque desde as baixas rotações e potência suficiente para a categoria.
Com refrigeração líquida, duplo comando de válvulas (DOHC), alimentado por injeção eletrônica e com duas velas por cilindro, o motor entrega 110 cavalos de potência máxima a 7.250 rpm. O torque é de 11,6 kgf.m já a 6.000 giros.
Assim como em outros modelos da marca japonesa, o motociclista vai controlar o motor da Super Ténéré 1200cc por meio de um acelerador eletrônico (o tal Yamaha Chip Controlled Throttle, YCC-T), que garante respostas mais precisas ao girar a manopla.
O motor conta ainda com dois mapas de gerenciamento: Sport para uma pilotagem mais agressiva e Touring para uma tocada mais “relaxada”, com entrega de potência mais suave.
Completa ainda o pacote de soluções eletrônicas um controle de tração que evita derrapagens da roda traseira em situações de piso escorregadio e/ou baixa aderência. O módulo permite três níveis de atuação do controle de tração: o modo "TCS1" é o normal e atua em qualquer situação que for detectada uma derrapagem da roda traseira; já o "TCS2" tem efeito retardado e permite escapadas de traseira em uma pilotagem off-road mais radical; ou para os mais experientes o modo "OFF", que desliga completamente o sistema.
Mais tecnologia
Para não ficar para trás da concorrente, a nova XT1200Z traz freios ABS unificados (ABS Unified Brake System). Segundo a Yamaha, trata-se de um dos mais avançados sistema de freios já desenvolvidos pela fábrica japonesa.
O sistema ABS evita o travamento das rodas em frenagens bruscas por meio de uma válvula de pressão hidráulica que atua sobre os dois discos dianteiros (com 310 mm de diâmetro) e também no único disco traseiro – todos em forma de margarida. Além disso, há ainda os freios unificados, ou combinados, controlados por um módulo eletrônico que divide a frenagem nas pinças dianteiras e traseiras ao apertar o manete de freio dianteiro. De acordo com a marca, para calcular a proporção exata de frenagem na frente e atrás há sensores que levam em consideração a velocidade da moto, a pressão no manete e também o peso total da motocicleta.
Uma das vantagens do sistema é que durante a pilotagem fora de estrada o motociclista fica de pé e tem o acesso limitado ao pedal de freio traseiro. Outra boa novidade é que, caso o motociclista pise no freio traseiro antes de apertar o manete dianteiro, o sistema não atua. Facilitando assim manobras em baixa velocidade.
Ciclística
Como a proposta da nova Super Ténéré é ser uma aventureira para se viajar para qualquer lugar, a Yamaha apostou em uma ciclística robusta com rodas raiadas, uma grande distância do solo e uma resistente proteção do motor. Todo o projeto ciclístico foi concebido para manter o centro de gravidade baixo e centralizado para garantir equilíbrio e agilidade.
O quadro do tipo espinha dorsal foi construído em tubos de aço em vez de alumínio, pois de acordo com a Yamaha o material suporta melhor a exigência da pilotagem off-road. A suspensão dianteira conta com um garfo telescópico invertido com tubos de 43 mm de diâmetro, totalmente ajustável na compressão, retorno e pré carga. Já na traseira, um sistema monochoque com amortecedor facilmente regulável na précarga e no retorno sem a necessidade de ferramentas. A balança traseira, que traz o eixo carda da transmissão final embutido, foi construída em alumínio.
Apesar de raiadas, as rodas permitem o uso de pneus radiais sem câmara nas medidas 110/90 em aro de 19 polegadas, na dianteira; e 150/70 em um aro de 17 polegadas, na traseira.
Para completar suas capacidades fora de estrada, a nova aventureira traz um largo guidão com protetores de mão de série. As pedaleiras também foram projetadas para o uso mais radical: tem capas de borracha que garantem o conforto ao se pilotar sentado, mas quando o motociclista fica de pé para controlar a moto em estradas não pavimentadas essas capas se achatam e permitem um maior contato dos pés com as pedaleiras.
Protetores laterais do motor e o protetor de cárter também são de série, mostrando a verdadeira vocação da nova Super Ténéré: longas aventuras por quaisquer caminhos até que o grande tanque de 23 litros peça mais combustível.
Primeiras impressões
Recém-chegada ao Brasil, tivemos o primeiro contato com a XT1200Z Super Ténéré na pista de testes da Yamaha em Guarulhos, na Grande São Paulo. Apesar de não ser o local ideal para se testar uma moto com vocação e proposta tão aventureira, já foi possível notar, na prática, algumas de suas qualidades descritas pela fábrica.
A começar pela posição de pilotagem bastante ereta e o banco confortável. O motor de dois cilindros paralelos também mostrou funcionamento suave, além de oferecer torque desde as baixas rotações. Outro ponto positivo foi a facilidade para se manobrar o nova Super Ténéré, apesar dos seus 261 kg em ordem de marcha. Afinal, o centro de gravidade é baixo e o peso bem distribuído.
Chama atenção também o painel completo com mostrador digital e conta-giros de leitura analógica. Em uma pequena tela de cristal líquido há todas as informações necessárias ao motociclista: nível de combustível, hodômetros, relógio, temperatura, indicador do modo de pilotagem e também do sistema de tração. Ou seja, praticamente um computador de bordo de série.
Mas para destacar mais qualidades ou apontar defeitos, uma big-trail como esta nova Yamaha pede um teste mais longo e criterioso. O que, leitores, fãs e este jornalista que vos escreve, aguardam ansiosamente.
Preço e comercialização
A Yamaha XT1200Z Super Ténéré chega às concessionárias na segunda quinzena do mês de março. Estará disponível em apenas uma opção de cor, azul, e também em apenas uma versão, já com todo o pacote tecnológico – controle de tração, freios ABS e modos de gerenciamento do motor. Tudo isso por R$ 59.800.
Preço bastante competitivo em relação a sua principal concorrente, a BMW R1200GS que, em sua versão standard, sai por R$ 59.900, porém sem nenhuma tecnologia embarcada.
A Yamaha ainda vai disponibilizar diversos acessórios para a nova Super Ténéré. A lista vai de malas laterais, baú traseiro e bolsa de tanque, passando por protetores de farol, um protetor de motor em alumínio, até itens de conforto como aquecedores de manopla, capa de tanque e banco mais baixo.
FICHA TÉCNICAMotor | Dois cilindros paralelos, DOHC, refrigeração líquida, 4 válvulas |
Capacidade | 1.199 cm³ |
Diâmetro x Curso | 98,0 x 79,5 mm |
Taxa de Compressão | 11,0 : 1 |
Potência Máxima | 110 cv a 7.250 rpm |
Torque Máximo | 11,6 kgf.m a 6.000 rpm |
Câmbio | 6 marchas |
Quadro | Tipo espinha dorsal em tubos de aço |
Transmissão Final | Eixo cardã |
Alimentação | Injeção eletrônica de combustível |
Suspensão Dianteira | Garfo telescópico invertido, com 190 mm de curso |
Suspensão Traseira | Monoamortecida, com 190 mm de curso |
Freio Dianteiro | Dois discos em forma de margarida com 310 mm de diâmetro |
Freio Traseiro | Disco simples margarida de 282 mm de diâmetro |
Pneu Dianteiro | 110/80-19 |
Pneu Traseiro | 150/70-17 |
Comprimento | 2.250 mm |
Largura | 980 mm |
Altura | 1.410 mm |
Altura do Assento | 845-870 mm |
Distância entre eixos | 1.540 mm |
Tanque de Combustível | 23 litros |
Peso em ordem de marcha | 261 kg |
Cores | Azul |
Preço | R$ 58.900 |
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