terça-feira, 10 de agosto de 2010

HISTÓRIA - IDADE ANTIGA: ROMA ANTIGA

LOCALIZAÇÃO
Roma localiza-se na Península Itálica ou Península Apenina. é uma região de solo fértil, que é uma continuação da Europa Central, prolongada até o mar Mediterrâneo. Na Itália havia várias divisões de regiões que eram habitadas por diferentes povos. Em uma dessas regiões (Lácio), foi fundada Roma. Essa cidade se tornaria muito poderosa, ia expandir seus domínios, se tornaria um vasto Império e controlaria o mundo antigo.

ORIGEM
Roma foi fundada na região do Lácio, que era habitada pelos latinos e pelos etruscos. Os etruscos foram um povo de origem oriental que se deslocou para a Europa, chegaram à Península Itálica por volta do século VII a.C. Eles cultuavam a dança e a música.
Os latinos eram poderosos comerciantes, fabricantes de tecidos e que praticavam a pirataria. Construíram na região do Lácio várias aldeias.
Mas os etruscos tinham um espírito de expansão. Através disso, a aldeia romana foi transformada em cidade. Os etruscos foram responsáveis também pela primeira forma de governo em Roma: a monarquia.
Há também uma explicação lendária para o surgimento de Roma no cenário mundial, que foi criado por Tito Lívio e também por Virgílio, um poeta romano. Segundo a lenda, o filho de Vênus, o príncipe Enéias, fugiu de sua cidade que havia sido destruída pelos gregos, chegou ao Lácio e se casou com uma filha de um rei latino. Eles tiveram filhos, Rômulo e Remo. As duas crianças foram jogadas no Tibre por Amúlio, rei de Alba Longa. Mas uma bondosa loba os amamentou, e eles por fim foram encontrados por camponeses. Quando cresceram voltaram ao reino de Alba Longa e denunciaram o rei Amúlio. Em seguida fundaram Roma em 753a.C. Mas surgiu desentendimentos entre os dois irmãos, e em uma luta Rômulo matou seu irmão Remo e se tornou o primeiro rei de Roma.

A MONARQUIA
A primeira forma de governo de Roma foi a monarquia também chamado de o período da realeza.
O rei tinha funções executivas, judicial e religiosa. Na área legislativa seus poderes eram limitados. Todas as leis apresentadas pelo rei tinham de passar pela aprovação do Senado ou Conselho dos Anciãos. O Senado era formado por cidadãos idosos (anciãos) que chefiavam as maiores famílias do Reino. Eles propunham novas leis, fiscalizavam as ações dos reis.
Uma vez a lei aprovada pelo Senado, era submetida a outro exame, a dos membros da Assembléia ou Cúria. Eram os cidadãos em condições de servir o exercito. Eles elegiam altos funcionários, aprovavam ou não as leis e aclamavam o rei.
A sociedade romana era formada basicamente por classes:
» PATRÍCIOS: cidadãos de Roma que tinham grandes propriedades de terras, gados e escravos. Tinham direitos políticos, podiam ter funções no exército, na religião, na justiça e na administração. Eram a aristocracia;
» PLEBEUS: maioria da população. Imigrantes que vieram das primeiras conquistas de Roma. Eram livres, dedicados ao comércio, artesanato e a agricultura. Não eram considerados cidadãos de Roma, então não poderiam participar de cargos públicos e nem da Assembléia Curial. Suas famílias não eram legalmente reconhecidas;
» CLIENTES: alguns eram estrangeiros e alguns plebeus que para sobreviver se associavam aos patrícios. Eles lhe prestavam diversos serviços pessoais em troca de ajuda econômica e proteção social;
» ESCRAVOS: eram os derrotados de guerras. Trabalham em serviços domésticos, agricultura, eram capatazes, artesãos, professores, etc. Eram como propriedade, seu Senhor tinha autonomia para castigá-lo, vendê-lo, alugar seus serviços e decidir sobre sua vida ou sua morte.
Roma estava progredindo, mas no Reinado de Tarquínio, os patrícios se rebelaram contra o rei, porque não apoiavam suas decisões em favor dos plebeus. Expulsaram o rei e estabeleceram a República.
São conhecidos sete reis romanos: Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio, Anco Márcio, Tarquínio Prisco (o antigo), Sérvio Túlio e Tarquínio (o soberbo).

A REPÚBLICA (509 a.C. -27 a.C.)
Foi por água a baixo a realeza romana, no seu lugar o Senado se tornou o órgão máximo da República.
Em vez de governar um novo rei, os patrícios elegiam dois lideres que agiriam com plena autoridade sobre os assuntos civis, militares e religiosos por um ano. Esses magistrados eram:
» CÔNSUL: propunham leis, presidiam o Senado e as Assembléias;
» PRETOR: administrava a justiça.
O Senado continuava a ser ocupado pelos patrícios e a Assembléia era formada pelos cidadãos pobres, os plebeus. Era sempre feito um plebiscito entre os cônsules e a Assembléia para tomar decisões.
As divergências entre patrícios e plebeus não pararam. O início da República contribuiu para o aumento da plebe. Ela era fundamental para a formação dos exércitos. Mas não faziam parte da elite econômica e política de Roma. Resultado: cansaram de tanta exploração... Recusaram a servir o exército, um desfalque no poder militar de Roma. Essa luta durou mais de um século até eles conseguirem privilégios. Entre eles:

>> Os plebeus tinham agora representação através de dois TRIBUNOS DA PLEBE, poderiam cancelar quaisquer decisões do governo que de uma forma ou de outra prejudicassem a plebe;
>> LEIS DAS DOZE TÁBUAS: eram para patrícios e plebeus. Dava clareza e evitavam o violamento das leis;
>> LEI CANULÉIA: permitia o casamento entre patrícios e plebeus;
>> ERA PROIBIDA A ESCRAVIDÃO POR DÍVIDA: alguns plebeus passavam a vida toda pagando dívida. Agora isso era proibido.


COMEÇA A EXPANSÃO ROMANA
A república romana se expandiu rápido, eles tinham domínio de toda a Península Itálica. Houve as guerras contra Cartago (cidade ao norte da África), chamadas de ‘guerras púnicas’, e houve uma grande expansão do mundo antigo. Vamos entender:
* Guerras púnicas: os romanos disputavam com Cartago o controle comercial do Mediterrâneo. Cartago possuía muitas colônias na Córsega, Sardenha, Sicília e Península Ibérica. Após batalhas violentas, os romanos derrotaram Cartago;
* Expansão pelo mundo antigo: os romanos prosseguiram com suas conquistas pelo território do Mediterrâneo Ocidental, que era a Península Ibérica e Gália, e pelo Mediterrâneo Oriental, que compreendia a Macedônia, Grécia e a Ásia Menor, a conquista foi total. Os romanos chamavam o Mediterrâneo de “nosso mar”.
Após isto o estilo de vida em Roma passou a ser luxuoso, requintado e exótico para alguns patrícios. Muitos plebeus empobreceram, venderam seus bens e foram para a cidade, aumentando o número de mendigos. A partir daí, a vida social ficou tensa e Roma ansiava por mudanças e aí se iniciou uma crise no sistema republicano.

OS IRMÃOS GRACO
Tibério e Caio Graco, vendo a situação em que Roma se encontrava propuseram reformas. Queria distribuir as terras entre os camponeses plebeus e limitar o crescimento dos latifúndios, queria também que o trigo fosse vendido bem baratinho aos pobres.
Com tais ideais, Tibério foi assassinado e Caio suicidou-se para fugir da perseguição.

DE REPÚBLICA À IMPÉRIO
Esse período foi marcado por lutas entre o povo que não mais se submetia aos seus superiores, e lutas entre os próprios generais. Dessas guerras de generais, uniu-se Pompeu, Crasso e Júlio César, que formaram o primeiro triunvirato (governo de três pessoas), mas acabou com a disputa pelo poder de César e Pompeu. Júlio César tornou-se o único governante de Roma com excelente exército. Governou até sua morte em 44 a.C.
Logo se estabeleceu o segundo triunvirato, composto por Marco Antônio, que cuidava do Oriente, Otávio, Ocidente e Lépido que cuidava dos domínios africanos.
Surgiu uma rivalidade entre Otávio e Marco Antônio, que queria formar um império no Oriente.
Otávio com o apoio dos romanos, o derrotou e tornou-se o Grande Senhor de Roma.

IMPÉRIO (27 a.C. - 476 d.C.)
Otávio acumulou poder, títulos, entre eles passou a se chamar Otávio Augusto. Isso porque Augusto significa divino, majestoso.
Seu governo ficou conhecido como o período da Pax (paz) romana.
Augusto acabou com os conflitos internos, mantinha a paz com senadores, manteve o Senado funcionando, mas os senadores não mais tinham a ultima palavra, colocou exércitos nas colônias e proibia o abuso nos impostos, utilizou a política do “pão e do circo”. Ele por meio dessa política alimentava os pobres que vagavam por Roma e os dava uma ocupação nos grandes espetáculos que ocupavam o tempo deles.
Durante o governo de Otávio nasceu Jesus Cristo, que fundou o cristianismo, que ganhou seguidores no império. Otávio Augusto morreu em 14 d.C. Após sua morte, Roma passou pelas dinastias: Júlio – Claudiana, a dos Flávios, dos Antoninos e por último a dos Severos. Todos desestruturam o governo, houve crises, imoralidade pessoal e também administrativa. Tudo piorou com Tibério que desmoralizou o governo e morreu assassinado e com Nero que perseguiu os cristãos que não o cultuavam como deus, ele chegou ao ponto de incendiar Roma.
O imperador Teodósio em 395 d.C. tentou reverter a situação e dividiu o império em dois: império romano do Oriente- cuja a capital era em Constantinopla; e império romano do Ocidente – com capital em Roma. O resultado não foi o esperado e em 476 d.C. Rômulo Augusto, último imperador do Ocidente foi derrotado pelo líder germânico Odoacro.

Era o fim do Império Romano.

HISTÓRIA - IDADE ANTIGA: MESOPOTÂMIA


Mesopotâmia é a região do Oriente Médio que compreende os vales e planícies entre os rios Tigres e Eufrates, que deságuam no Golfo Pérsico. Mesopotâmia do grego quer dizer “terra entre rios”. E hoje equivale ao território do Iraque e proximidades. Nessa região é que têm o registro das primeiras civilizações, perto de 400 a.C. Neste período começa a estruturar-se o Estado, o surgimento da escrita, o desenvolvimento da economia comercial e a utilização da roda,nos veículos.Além do desenvolvimento de um complexo sistema hidráulico que favorecia a utilização dos pântanos, evitando as inundações e garantindo o armazenamento de água para os períodos de seca.

O desenvolvimento propiciou o crescimento nas cidades, algumas superando o número de 10 mil habitantes. As cidades também serviam de defesa militar, centralização do poder e controle das populações.

Visto que a maioria das cidades tinham muralhas, estas serviam de proteção e também de comando sob a população.

POVOS

SUMÉRIOS E ACADIANOS

SUMÉRIOS (3.500 – 2.550 a.C.)

Estes vieram do planalto do Irã, fundaram importantes cidades autônomas, que eram mais como estados independentes. Entre algumas estão: Ur,Uruk, Eridu, Lagash. A população nestas cidades variava entre 10 mil a 50 mil habitantes. No caso da cidade de Ur, a população chegou a 200 mil habitantes.

Cada cidade tinha um PATESI, um representante político, com funções políticas e militares. Era auxiliado pelos sacerdotes do templo e altos funcionários. Ele controlava as construções civis e hidráulicas, administrava os tributos da população.

Mas esses governantes não eram considerados deuses-vivos, antes eram considerados seus intermediários ou representantes dos deuses da terra. Os deuses que eram considerados donos das terras. Nos templos nas cidades, havia as ZIGURATES – pirâmides de tijolos maciços - que serviam de santuários e meio de comunicação entre deuses e humanos, Eram erigidos como meio de homenagear e agradecer o deus patrono de cada cidade.

Entre algumas realizações culturais dos sumérios, temos:

  • ESCRITA: escrita cuneiforme, feita em argila mole, com um estilete em forma de cunha. Foi utilizado nas relações comerciais com os povos do Mediterrâneo e do vale do Indo. Com o tempo passou a ser usada não só no comércio, mas em textos religiosos, literários e jurídicos.
  • INVENÇÃO E USO DA RODA: antes os veículos dos Sumérios eram trenós puxados por animais. Por isso a necessidade de melhorar e acelerar os transportes os levou a utilizar a roda. Isso serviu para acelerar as comunicações por meios terrestres e revolucionar os meios de locomoção da época.
ACÁDIOS OU ACADIANOS (2.550 a.C. - 2100 a.C.)

Um ponto fraco dos Sumérios foram as constantes guerras pelo poder da região. Isso abriu caminho para os acádios se fortalecerem. E por volta de 2.550 a.C. começa as invasões acadianas às cidades sumérias. Comandados pelo rei Sargão I, as cidades sumérias foram conquistadas, ele conseguiu unificar politicamente o centro e sul da Mesopotâmia, dando origem ao primeiro império mesopotâmico, que expandiu desde o Golfo Pérsico até o norte da Mesopotâmia. Com essas expansões, Sargão I, tornou-se conhecido como “o soberano dos quatro cantos da terra”. Com essa união de povos (do império acadiano mais a cultura sumeriana), o resultado foi notado na escrita, com destaques para os registros da nova língua- semítica - junto com caracteres cuneiforme.

Embora esse império tenha tido poder, não durou muito. Assim como os Sumérios, as revoltas internas ajudaram a enfraquecer o governo que em 2100 a.C. desapareceu.

AMORITAS
(ANTIGOS BABILÔNICOS) (2000 a.C.-1750 a.C.)

Os amoritas foram uns dos invasores do a acádios. Vieram do deserto da Arábia e estabeleceram na cidade de Babilônia, sendo depois denominados, babilônios. No início houve muitas disputas, pois eles tinham de conquistar as outras cidades-estados. Estas lutas foram até meados do século XVIII a.C.

Nesta época, o rei mais conhecido e importante de Babilônia surge: Hamurábi. Ele expandiu o território desde o Golfo Pérsico até o norte da Assíria. A unificação de toda a região, abri a base para o 1º império babilônico. Neste, é elaborado o primeiro código jurídico escrito da humanidade, então conhecido:

Código Hamurábi - que tinha o objetivo de dar disciplina à vida econômica e garantir a propriedade privada e ordem na sociedade. Baseava-se em um princípio bem prático “olho por olho e dente por dente”, este era o “princípio de Talião”, onde o castigo ou punição do criminoso deveria ser equivalente ao crime cometido.

Este código envolvia todos os aspectos da vida babilônica, como por exemplo: comércio, família, adultério, escravidão e outros. Mas as punições variavam de acordo com a posição social tanto da vítima quanto do infrator.

As contribuições de Hamurábi foram também no aspecto religioso. Ele fez uma reforma religiosa, transformando o deus Marduk de babilônia como o principal do império. É tanto que foi feito para ele um templo com um Zigurate de Babel. Fato até citado na Bíblia, como uma torre para poder alcançar os céus.

Mas depois da morte de Hamurábi, o império entrou em decadência. Desta vez por rebeliões internas junto com novas invasões dos hititas e casitas. Que utilizam os cavalos para fins militares. Eles dominaram a região por cerca de 500 anos.

O IMPÉRIO ASSÍRIO
(1300 a.C. - 612 a.C.)

ASSÍRIA quer dizer: lugar de passagem, vem da palavra Assur, cidade do norte mesopotâmico. É o nome da principal divindade assíria.

A Assíria era utilizada como passagem natural entre a Ásia e o Mediterrâneo. Logo ela sofreu várias invasões. E por causa dessas invasões foi despertado no povo um espírito guerreiro. Aos poucos, foi edificado um forte estado militarizado, como cavalos e carros de guerra e armas de ferro. Armas que eram superiores aos povos vizinhos, facilitando a conquista deles. Os Assírios organizaram um dos primeiros exércitos permanentes da época. Além de terem uma avançada técnica militar, eles eram guerreiros cruéis.Vencer não era o suficiente:havia o massacre e a tortura dos povos vencidos. Como por exemplo: destruir e queimar cidades conquistadas, imobilizar os guerreiros conquistados, com o esfolamento vivo nas pedras, cortar as orelhas, órgãos genitais e narizes. Isto servia de intimidação sobre os povos conquistados.

A sociedade Assíria era composta por uma camada aristocrática - sacerdotal e militar, que sujeitava a massa camponesa, através de pagamento de tributos tanto em alimentação com em prestação de serviços gratuitos para o governo.

Com a expansão do território Assírio, a produção e os serviços públicos ficaram a cargo dos povos conquistados que foram reduzidos a escravos. Enquanto que os artesões e os lavradores assírios entraram na maioria para o exército.

Nas conquistas militares houve alguns destaques: com Sargão II, os assírios conquistaram o reino de Israel. Com Tiglatfalasar, invadiram a cidade de Babilônia. Depois, no reinado de Senaqueribe e de Assurbanipal, eles chegaram no apogeu , conquistando territórios entre o Golfo Pérsico até o Egito. Com Senaqueribe, citado até mesmo na Bíblia, a capital foi Nínive, e com Assurbanipal, foram feitas as últimas grandes conquistas onde inclui o Egito. Este rei, além de ter um espírito guerreiro era apreciador da ciência e da literatura, tanto que criou uma grande biblioteca em Nínive.

Após a morte dele (631 a.C.), o império enfraqueceu, isto porque os povos conquistados queriam ver-se livres do terror, provocando assim várias revoltas. Em 612 a.C. Nabopolassar, rei dos Caldeus, junto com os Medos, destruiu Nínive e iniciaram o 2º império babilônico.

CALDEUS
2º IMPÉRIO BABILÔNICO (612 a.C. - 539 a.C.)

Os caldeus ou neobabilônios eram de origem semita. Quando derrotaram os assírios fizeram de Babilônia, a capital da Mesopotâmia, reconstruindo-a e fazendo dela a mais bela da antiguidade.

Este 2º império ocorreu mais de 1000 anos depois do 1º, com Hamurábi.

O rei mais destacado foi Nabucodonosor (604 a.C. - 539 a.C.), neste período, a cidade viveu seu apogeu. Este foi um brilhante construtor, foi responsável pela construção dos Jardins suspensos de Babilônia, considerado uma das sete maravilhadas do mundo antigo. As reforma dos templos, principalmente os dedicados a Marduk e as próprias muralhas da cidade que eram duplas, faziam de Babilônia a maior cidade murada da época.

No campo militar, lê expandiu o território por conquistar boa parte da Fenícia, Síria e Palestina, incluindo em 607 a.C. o reino de Judá. Este ficou conhecido como “cativeiro de Babilônia”.

Mesmo com tanto esplendor e glória, esse reinado não durou muito. Após a morte de Nabucodonosor, a cidade foi conquistada. Em 539 a.C. o rei Persa Ciro, anexou Babilônia ao império Persa.

SOCIEDADE MESOPOTÂMICA

A organização social sofreu variações com o passar dos séculos e de acordo com o povo dominante. Mas a divisão básica da sociedade foi:

  • CLASSE DOMINANTE: este era uma aristocracia de governantes, com sacerdotes e funcionários públicos, militares e comerciantes que controlavam a economia, política e o saber. Isto incluía construções hidráulicas e civis.
  • CLASSE DOMINADA: estes eram os camponeses, artesãos e escravos, estes últimos, prisioneiros de guerra que eram usados em construções e serviços pesados. Além de terem de trabalhar na produção de alimento e terem de dar os excedentes da produção aos governantes.
ECONOMIA

Nesta área destaca-se o artesanato, comércio e agropecuária. O artesanato e o comércio tiveram um grande desenvolvimento, principalmente com a troca de produtos agrícolas e artesanais por matéria–prima com as regiões vizinhas, através das caravanas que iam da Arábia à Índia. E pelo mar através do Golfo Pérsico, com navios fenícios. através disso, as cidades tornaram-se importantes pólos comerciais.

Na agricultura, cultivava-se cevada, trigo e tâmara, sendo irrigados nas cheias dos rios Tigres e Eufrates. Na pecuária, os animais eram usados na agricultura para arar a terra.

CULTURA

Os sumérios influenciaram na escrita cuneiforme. Havia muitos deuses, magia e astrologia, destacaram–se também na arquitetura e na literatura.

Na religião, eles eram politeístas. Os deuses representavam fenômenos da natureza, 3000 deuses.

ARQUITETURA

Destacavam-se templo e palácios. Usavam arcos, esculturas e pinturas.

LITERATURA

A obra mais importante é a “EPOPÉIA DE GILGAMESH”, contava as aventuras de um herói, o rei Uruk. No campo do Direito o “código de Hamurábi” é o exemplo principal.

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HISTÓRIA: GRÉCIA ANTIGA

GRÉCIA: Quadro Geral

1500a.C - Em pequenos reinos na Grécia Continental, a civilização se desenvolve depois da destruição dos minóicos em Creta.Aumenta o comércio grego no mediterrâneo. Tribos guerreiras do norte começam a invadir o mediterrâneo.

1200a.C - A civilização micênica se desagrega. Os Dórios invadem a Grécia. A população vive de uma agricultura de subsistência, em pequenas aldeias, governadas por chefes tribais.

900a.C - os camponeses deslocam-se para as cidades muradas. O alfabeto é inventado. Com a superpovoação das cidades surge as colônias. O comércio se desenvolve. Os tiranos apoiados pelo povo, afastam os aristocratas e dão ao povo maior participação no governo.

600a.C - Cidades-estados estabelecem governo oligárquico. Formam aliança e derrotam exercito Persa.Atenas e Esparta tornam-se as mais destacadas cidades.A Macedônia domina a Grécia e a transforma em federação.Alexandre empreendeu uma campanha de conquista.Após a vitória sobre a Pérsia, ele estendeu suas conquistas até a Índia ocidental. Em cada terra conquistada estabelecia–se uma colônia grega. Desta forma a língua e a cultura gregas espalharam-se pelo domínio.

300a.C - Após a morte de Alexandre, seu enorme império foi dividido em quatro territórios, cada um governado por um de seus generais,que lutam entre si para ter o poder. Muito gregos emigram para cidades orientais. Grécia enfraquece e torna-se província romana.

AS GUERRAS ENTRE OS GREGOS E OS PERSAS

No século V a.C, com a expansão dos persas pelo mar Egeu e a conquista das cidades gregas da Ásia Menor, ocorrem as Guerras Médicas (guerra entre Grécia e Pérsia). Em 500 a.C na primeira Guerra Médica, os persas invadiram a Grécia e foram derrotados pelos atenienses na Batalha de Maratona. Em 480a.C, com uma nova invasão persa, ocorre a segunda Guerra Médica. Nesta, a luta é tanto pela terra, com a resistência espartana, como pelo mar, com os navios atenienses. Navios estes que venceram na batalha de Salamina, a mais importante destas Guerras. Os persas saem da Grécia para Ásia Menor, onde sofrem derrota, em 479a.C.

A vitória sobre os persas, preservou a independência grega, sua supremacia no mar Egeu e libertou as cidades gregas na Ásia Menor. As principais conseqüências foram o apogeu econômico, político e cultural e também a decadência da pérsia.

O APOGEU DA GRÉCIA CLÁSSICA
 
Em 477 a.C. surge a Liga de Delos, uma aliança marítima, formada pelas cidades gregas da Ásia Menor e as ilhas do mar Egeu lideras por Atenas.com a liderança, Atenas se tornou a mais poderosa cidade-estado grega. Com Péricles (443-429 a.c) tem seu apogeu. Nesta época, a política ateniense foi democrática e imperalista. As reformas aumentaram a participação dos cidadãos no governo e com esse desenvolvimento cultural, transformou-se a “escola da Hélade”.
Através de uma política externa imperalista, Atenas procurou dominar as outras cidades-estados e ser a suprema na Grécia. No auge, ela dominava, através da Liga de Delos, mais de 400 cidades – estados.

ATENAS VERSUS ESPARTA

Após as Guerras Médicas, a rivalidade econômica, política e cultura entre Atenas e Esparta aumentaram. A Liga de Delos entra em choque com a Liga do Peloponeso, liderada por Esparta. EM 431 a.C. surge a Guerra do Peloponeso, evento que destruiu internamente a Grécia. Em 404 a.C. a guerra termina com a vitória de Esparta sobre Atenas.

Nota: a supremacia de Atenas ocorreu no apogeu da Grécia;a de Esparta se iniciou na fase de declínio da Grécia.

Em 371 a.C. Esparta é derrotada por Tebas, na batalha de Leutra. A decadência grega e a guerra do Peloponeso coincidiu com a ascensão macedônica, por Filipe II e em 338 a.C, a Macedônia domina a Grécia.

Vejamos agora sobre uma destas cidades.

ATENAS

Foi fundada pelos jônios. Localizada na Península da Àtica, próxima ao porto do Pireu.Atenas estava voltada para o mar Egeu e aberta às influências externas.Esta cidade-estado de navegadores comerciantes, estadistas,filósofos, poetas e artistas foi o berço da democracia grega. Democracia de cidadãos, mas que não incluía os estrangeiros, as mulheres e os escravos. Com seu gênio intelectual e sua democracia política, Atenas foi a “educadora da Hélade”.

  1. SOCIEDADE ATENIENSE: A sociedade ateniense era formada por diversas classes. Os cidadãos, os estrangeiros e os escravos. A organização social foi conseqüência de suas atividades econômicas, que se baseavam na agricultura, no artesanato e no comércio marítimo. Era dividida em três classes: Cidadãos - homens livres, filhos de pais atenienses. Esta classes era formada por diversas camadas sociais.Amais destacada era a aristocracia de grandes proprietários rurais, os eupátridas (do grego, bem-nascido). Os latifundiários da nobreza localizavam-se na região mais fértil. Havia uma camada de pequenos agricultores, os “georgoi”, cujas as propriedades situavam-se nas regiões montanhosas. Existia um rico setor de artesões e comerciantes, os demiurgos, cujas as atividades eram concentradas no litoral. Os cidadãos tinham pleno direitos políticos. Metecos - Era formada pelos estrangeiros residentes em Atenas. dedicavam-se ao artesanato e ao comércio.As leis atenienses proibiam aos metecos a compra de terras ou a participação no governo. Escravos - constituía a maioria da população. A economia ateniense baseava-se quase que toda na mão-de-obra escrava. Eles desempenhavam todas as atividades manuais, desde o mais simples serviço doméstico até o trabalho na agricultura.
  2. AS INSTITUIÇÕES POLÍTICAS: Os atenienses não se limitavam a decidir como governar o seu estado. Tinham participação efetiva. Todo ano um quinto dos cidadãos (homens adultos) eram convocados para exercer as funções de juízes, funcionários públicos e membros do conselho. Cada indivíduo exercia o seu cargo por um ano.Quase todos os cargos públicos eram de meio-expediente. Com isso. Eles tinham tempo livre para suas propriedades agrícolas ou oficinas. A população menosprezava quem não manifestasse interesse por assuntos do governo. Mesmo que o ateniense não fizesse parte do governo, ele participava dele através da Assembléia (instituição que de fato governava). Nela os cidadãos se reuniam mensalmente. Todos sabiam como desempenhar cada cargo público, pois todos estes eram debatidos em assembléia. Atenas com uma sucessiva mudança nas formas de governo, percorreu um ciclo que foi da monarquia até democracia. Constituindo assim o modelo acabado de uma evolução política que, foi a da maioria das polis gregas.
A EVOLUÇÃO INICIAL DA ATENAS: DA MONARQUIA ÀOLIGARQUIA. O BASILEUS, O ARCONTADO, O AREÓPAGO E A ECLÉSIA

Monarquia - Foi a 1ª forma de governo. Nela a autoridade política era exercida por um rei, cujo título era BASILEUS. No período arcaico começa a haver a decadência da monarquia, pois a nobreza eupátrida se fortaleceu e pouco a pouco foi limitando o poder do Basileus. No século VII a.C , ocorreu a substituição da realeza pelo arcontado.

Arcontado - representado pela nobreza eupátrida. O governo passa a ser exercido por 9 arcontes eleitos anualmente pelo areópago. Deles as mais importantes foram: arconte-basileus encarregado do culto; o arconte-epônimo responsável pela administração e o arconte-olemarco, comandante do exercito.

Areópago - era o conselho aristocrático, formado por representantes da nobreza.

Eclésia - assembléia popular, formada pelos cidadãos, cuja função era aprovar ou rejeitar as leis propostas pelo areópago. Os eupátridas implantaram em Atenas, um governo oligárquico-aristocrático.

A participação da Atenas no movimento da colonização provocou uma série de transformações na sociedade ateniense. O intercâmbio com suas colônias aumenta a prosperidade de sua indústria e de seu comércio marítimo, enriquecendo a classe de artesãos e comerciantes. Mas a importação de produtos agrícolas a baixo custo arruinou os georgoi , que acabaram por perder suas terra para os eupátridas.Além da hipoteca sobre ass terras,escravidão por dívidas e o desemprego para aumentar a crise.Com isso aumenta as lutas internas entre o Demos e os eupátridas.

Havia dois partidos:

Partido aristocrático: formado pela nobreza, que se recusava a fazer concessões ao povo.

Partido popular: formado pelo Demos, que queria o fim da escravidão por dívidas, a redistribuição de terras e participação no governo ateniense.

Com essa crise surgem os legisladores e os tiranos.

LEGISLADORES

Dentre esta classe, dois se destacaram: Sólon e Drácon. Em 624 a.C. Drácon, arconte eupátrida, elaborou uma legislação escrita. Suas leis eram extremamente rigorosas, com duras punições para quem as violassem. Seu código estabeleceu normas comuns válidas para todos os cidadãos atenienses, independente das diferenças de fortuna ou nascimento. Mas este código não solucionou a crise.

Em 594a.C, foi a vez de Sólon, magistrado e poeta, entrou para fazer reformas. Eupátrida por nascimento e comerciante por profissão. Entre suas reformas estão a abolição da escravidão por dívidas e o fim da hipoteca sobre as terras. limitou a extensão das grandes propriedades rurais, adotou medidas de incentivo para a indústria e o comércio. Substituiu o critério de nascimento pelo de riqueza para o acesso aos cargos públicos. Com base na riqueza dos cidadãos, Sólon redividiu em quatro classes a sociedade ateniense.

Da 1ª classe participava no arcontado e do areópago. A bulé era um conselho com 500 membros, integrados por representantes das três primeiras classes. Última classe era de cidadãos de renda mais baixa, que participava da assembléia popular, da Eclésia e da heléia.

TIRANOS

O era usado para designar todo aquele que conquistasse o poder pela violência. A tirania era o exercício do governo por meios contrários à tradição.

Em 560a.C. Psítrato, subiu ao poder por meio de uma insurreição popular.Com o apoio da Demos, ele realizou a reforma agrária e limitou os poderes da nobreza.

Clístenes, o pai da democracia, entra no governo após uma nova insurreição popular, revolta do povo. Ele completou as reformas de Sólon, estabeleceu o regime democrático. Reorganizou a população da Àtica em dez tribos. Cada tribo tinha 50 representantes na Bule (número este que depois aumentou para 500). Eles, em sistema de rodízio, exerciam o governo por um mês. isto era possível porque o ano ateniense era formado de dez meses. Clístenes criou o ostracismo, lei que exilava por dez anos as pessoas que eram consideradas perigo para o estado, e isto poderia acontecer para qualquer indivíduo.

Os estrangeiros, as mulheres e os escravos não tinham cidadania e nem participavam do regime democrático.

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domingo, 8 de agosto de 2010

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - Como foi esse importante marco na história mundial

(segundo a Winkipédia)
A Revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século XIX.

Ao longo do processo (que de acordo com alguns autores se registra até aos nossos dias), a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, entre outros eventos.

Essa transformação foi possível devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais como o motor a vapor. O capitalismo tornou-se o sistema econômico vigente.


Contexto histórico

Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.

Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.

Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, econômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os países protestantes.

De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.

Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Revolução Industrial produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).

O pioneirismo do Reino Unido

Coalbrookdale, cidade britânica, considerada um dos berços da Revolução Industrial.

O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos fatores:
Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas (As guildas, corporações artesanais ou corporações de ofício, eram associações de artesãos de um mesmo ramo, isto é, pessoas que desenvolviam a mesma atividade profissional que procuravam garantir os interesses de classe eu lamento a profissão. Ocorreram na Europa, durante a Idade Média e mesmo após. Obs.: Cada cidade tinha sua própria corporação de ofício. Essas corporações tinham como finalidade proteger seus integrantes), razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberalização da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.

O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros.

A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português.

A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra em abundância desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas manufaturas.

A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas e contratar empregados.

Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na China, onde praticamente não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.


O liberalismo de Adam Smith

Adam Smith

As novidades da Revolução Industrial trouxeram muitas dúvidas. O pensador escocês Adam Smith procurou responder racionalmente às perguntas da época. Seu livro A Riqueza das Nações (1776) é considerado uma das obras fundadoras da ciência econômica. Ele dizia que o egoísmo é útil para a sociedade. Seu raciocínio era este: quando uma pessoa busca o melhor para si, toda a sociedade é beneficiada. Exemplo: quando uma cozinheira prepara uma deliciosa carne assada, você saberia explicar quais os motivos dela? Será porque ama o seu patrão e quer vê-lo feliz ou porque está pensando, em primeiro lugar, nela mesma ou no pagamento que receberá no final do mês? De qualquer maneira, se a cozinheira pensa no salário dela, seu individualismo será benéfico para ela e para seu patrão. E por que um açougueiro vende uma carne muito boa para uma pessoa que nunca viu antes? Porque deseja que ela se alimente bem ou porque está olhando para o lucro que terá com futuras vendas? Graças ao individualismo dele o freguês pode comprar boa carne. Do mesmo jeito, os trabalhadores pensam neles mesmos. Trabalham bem para poder garantir seu salário e emprego.

Portanto, é correto afirmar que os capitalistas só pensam em seus lucros. Mas, para lucrar, têm que vender produtos bons e baratos. O que, no fim, é ótimo para a sociedade.

Então, já que o individualismo é bom para toda a sociedade, o ideal seria que as pessoas pudessem atender livremente a seus interesses individuais. E, para Adam Smith, o Estado é quem atrapalhava a liberdade dos indivíduos. Para o autor escocês, "o Estado deveria intervir o mínimo possível sobre a economia". Se as forças do mercado agissem livremente, a economia poderia crescer com vigor. Desse modo, cada empresário faria o que bem entendesse com seu capital, sem ter de obedecer a nenhum regulamento criado pelo governo. Os investimentos e o comércio seriam totalmente liberados. Sem a intervenção do Estado, o mercado funcionaria automaticamente, como se houvesse uma "mão invisível" ajeitando tudo. Ou seja, o capitalismo e a liberdade individual promoveria o progresso de forma harmoniosa.


Principais avanços tecnológicos
O PIB per capita (que são os indicadores econômicos agregados (produto, renda, despesa) indicam os mesmos valores para a economia de forma absoluta. Dividindo-se esse valor pela população de um país, obtém-se um valor médio per capita) mudou muito pouco durante a parte da história da humanidade anterior a Revolução Industrial. (As áreas vazias significam ausência de dados, e não de níveis muito baixos. Não há dados para os anos 1, 1000, 1500, 1600, 1700, 1820, 1900 e 2003)

Século XVII
1698 - Thomas Newcomen, em Staffordshire, na Grã-Bretanha, instala um motor a vapor para esgotar água em uma mina de carvão.

Século XVIII
1708 - Jethro Tull (agricultor), em Berkshire, na Grã-Bretanha, inventa a primeira máquina de semear puxada a cavalo, permitindo a mecanização da agricultura.
1709 - Abraham Darby, em Coalbrookdale, Shropshire, na Grã-Bretanha, utiliza o carvão para baratear a produção do ferro.
1733 - John Kay, na Grã-Bretanha, inventa uma lançadeira volante para o tear, acelerando o processo de tecelagem.
1740 - Benjamin Huntsman, em Handsworth, na Grã-Bretanha, descobre a técnica do uso de cadinho para fabricação de aço.
1761 - Abertura do Canal de Bridgewater, na Grã-Bretanha, primeira via aquática inteiramente artificial.
1764 - James Hargreaves, na Grã-Bretanha, inventa a fiadora "spinning Jenny", uma máquina de fiar rotativa que permitia a um único artesão fiar oito fios de uma só vez[1].
1765 - James Watt, na Grã-Bretanha, introduz o condensador na máquina de Newcomen, componente que aumenta consideravelmente a eficiência do motor a vapor.
1768 - Richard Arkwright, na Grã-Bretanha, inventa a "spinning-frame", uma máquina de fiar mais avançada que a "spinning jenny".
1771 - Richard Arkwright, em Cromford, Derbyshire, na Grã-Bretanha, introduz o sistema fabril em sua tecelagem ao acionar a sua máquina - agora conhecida como "water-frame" - com a força de torrente de água nas pás de uma roda.
1776 - 1779 - John Wilkinson e Abraham Darby, em Ironbridge, Shrobsihire, na Grã-Bretanha, constroem a primeira ponte em ferro fundido.
1779 - Samuel Crompton, na Grã-Bretanha, inventa a "spinning mule", combinação da "water frame" com a "spinning jenny", permitindo produzir fios mais finos e resistentes. A mule era capaz de fabricar tanto tecido quanto duzentos trabalhadores, apenas utilizando alguns deles como mão-de-obra.
1780 - Edmund Cartwright, de Leicestershire, na Grã-Bretanha, patenteia o primeiro tear a vapor.
1793 - Eli Whitney, na Geórgia, Estados Unidos da América, inventa o descaroçador de algodão.
1800 - Alessandro Volta, na Itália, inventa a bateria elétrica.

Século XIX
1803 - Robert Fulton desenvolveu uma embarcação a vapor na Grã-Bretanha.
1807 - A iluminacão de rua, a gás, foi instalada em Pall Mall, Londres, na Grã-Bretanha.
1808 - Richard Trevithick expôs a "London Steam Carriage", um modelo de locomotiva a vapor, em Londres, na Grã-Bretanha.
1825 - George Stephenson concluiu uma locomotiva a vapor, e inaugura a primeira ferrovia, entre Darlington e Stockton-on-Tees, na Grã-Bretanha.
1829 - George Stephenson venceu uma corrida de velocidade com a locomotiva "Rocket", na linha Liverpool - Manchester, na Grã-Bretanha.
1830 - A Bélgica e a França iniciaram as respectivas industrializações utilizando como matéria-prima o ferro e como força-motriz o motor a vapor.
1843 - Cyrus Hall McCormick patenteou a segadora mecânica, nos Estados Unidos da América.
1844 - Samuel Morse inaugurou a primeira linha de telégrafo, de Washington a Baltimore, nos Estados Unidos da América.
1856 - Henry Bessemer patenteia um novo processo de produção de aço que aumenta a sua resistência e permite a sua produção em escala verdadeiramente industrial.
1865 - O primeiro cabo telegráfico submarino é estendido através do leito do oceano Atlântico, entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos da América.
1869 - A abertura do Canal de Suez reduziu a viagem marítima entre a Europa e a Ásia para apenas seis semanas.
1876 - Alexander Graham Bell inventou o telefone nos Estados Unidos da América (em 2002 o congresso norte-americano reconheceu postumamente o italiano Antonio Meucci como legítimo invetor do telefone)
1877 - Thomas Alva Edison inventou o fonógrafo nos Estados Unidos da América.
1879 - A iluminação elétrica foi inaugurada em Mento Park, New Jersey, nos Estados Unidos da América.
1885 - Gottlieb Daimler inventou um motor a explosão.
1895 - Guglielmo Marconi inventou a radiotelegrafia na Itália.

O motor a vapor

Um motor a vapor.

As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII. Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.
As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou.

As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas de carvão. Eram tão importantes quanto as máquinas que produziam tecidos.

As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser trocados durante o percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de quilômetros. Assim, a Revolução Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas substituiam a força dos cavalos, convencionou-se em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse power ou cavalo-força).


A classe trabalhadora

A produção manual que antecede à Revolução Industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:

O artesanato foi a forma de produção industrial característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pela utilização das ferramentas.

É importante lembrar que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de ofício, assim como o comércio também se encontrava sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção.

A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna e na Antiguidade Clássica, resultou da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um único produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matéria-prima e a determinar o ritmo de produção.

A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até terceira e quarta Revoluções Industriais. Porém, se concebermos a industrialização como um processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo dos séculos XX e XXI (aspectos, porém, ainda discutíveis).

Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi a transformação nas condições de vida nos países industriais em relação aos outros países da época, havendo uma mudança progressiva das necessidades de consumo da população conforme novas mercadorias foram sendo produzidas.

A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades. Criando enormes concentrações urbanas; a população de Londres cresceu de 800 000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. Durante o início da Revolução Industrial, os operários viviam em condições horríveis se comparadas às condições dos trabalhadores do século seguinte. Muitos dos trabalhadores tinham um cortiço como moradia e ficavam submetidos a jornadas de trabalho que chegavam até a 80 horas por semana. O salário era medíocre (em torno de 2.5 vezes o nível de subsistência) e tanto mulheres como crianças também trabalhavam, recebendo um salário ainda menor.

A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da produção, mas sua produtividade ficava maior. Como sua produtividade aumentava os salários reais dos trabalhadores ingleses aumentaram em mais de 300% entre 1800 até 1870. Devido ao progresso ocorrido nos primeiros 90 anos de industrialização, em 1860 a jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca de 50 horas semanais (10 horas diárias em cinco dias de trabalho por semana).


Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas indústrias têxteis:
1780 - em torno de 80 horas por semana
1820 - 67 horas por semana
1860 - 53 horas por semana
2007 - 46 horas por semana

Segundo os socialistas, o salário, medido a partir do que é necessário para que o trabalhador sobreviva (deve ser notado de que não existe definição exata para qual seja o "nível mínimo de subsistência"), cresceu à medida que os trabalhadores pressionam os seus patrões para tal, ou seja, se o salário e as condições de vida melhoraram com o tempo, foi graças à organização e aos movimentos organizados pelos trabalhadores.


Movimentos

Alguns trabalhadores, indignados com sua situação, reagiam das mais diferentes formas, das quais se destacam:

Movimento Ludista (1811-1812)
Ver artigo sobre Ludismo, na Winkipedia.
Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão-de-obra já eram normais. Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento ludista, uma forma mais radical de protesto. O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".

Anos depois os operários ingleses mais experientes adotaram métodos mais eficientes de luta, como a greve e o movimento sindical.

Movimento Cartista (1837-1848)
Em seqüência veio o movimento "cartista", organizado pela "Associação dos Operários", que exigia melhores condições de trabalho como:
particularmente a limitação de oito horas para a jornada de trabalho
a regulamentação do trabalho feminino
a extinção do trabalho infantil
a folga semanal
o salário mínimo

Este movimento lutou ainda pelos direitos políticos, como o estabelecimento do sufrágio universal (apenas para os homens, nesta época) e extinção da exigência de propriedade para se integrar ao parlamento e o fim do voto censitário. Esse movimento se destacou por sua organização, e por sua forma de atuação, chegando a conquistar diversos direitos políticos para os trabalhadores.


As "trade-unions"
Os empregados das fábricas também formaram associações denominadas trade unions, que tiveram uma evolução lenta em suas reivindicações. Na segunda metade do século XIX, as trade unions evoluíram para os sindicatos, forma de organização dos trabalhadores com um considerável nível de ideologização e organização, pois o século XIX foi um período muito fértil na produção de idéias antiliberais que serviram à luta da classe operária, seja para obtenção de conquistas na relação com o capitalismo, seja na organização do movimento revolucionário cuja meta era construir o socialismo objetivando o comunismo. O mais eficiente e principal instrumento de luta das trade unions era a greve.


Saúde e bem-estar econômico

Estudos sobre as variações na altura média dos homens no norte da Europa, sugerem que o progresso econômico gerado pela industrialização demorou varias décadas até beneficiar a população como um todo. Eles indicam que, em média, os homens do norte europeu durante o início da Revolução Industrial eram 7,6 centímetros mais baixos que os que viveram 700 anos antes, na Alta Idade Média. É estranho que a altura média dos ingleses tenha caído continuamente durante os anos de 1100 até o início da revolução industrial em 1780, quando a altura média começou a subir. Foi apenas no início do século XX que essas populações voltaram a ter altura semelhante às registradas entre os séculos IX e XI[2]. A variação da altura média de uma população ao longo do tempo é considerada um indicador de saúde e bem-estar econômico.

A industrialização na Europa: a partir de 1815

Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países industrializados. Embora outros países já contassem com fábricas e equipamentos modernos, esses eram considerados uma "miniatura de Inglaterra", como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem desenvolvidos, porém não possuíam a tecnologia das fábricas inglesas.
Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as regiões mineradoras de carvão; lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e também em algumas regiões da Bélgica. A Alemanha nessa época ainda não havia sido unificada. Eram 39 pequenos reinos e dentre esses a Prússia, que liderava a Revolução Industrial. A Alemanha se unificou em 1871, quando a Prússia venceu a Guerra Franco-Prussiana.

Fora estes lugares, a industrialização ficou presa:
  • às principais cidades, como Paris e Berlim;
  • aos centro de interligação viária, como Lyon, Colônia, Frankfurt, Cracóvia e Varsóvia;
  • aos principais portos, como Hamburgo, Bremen, Roterdã, Le Havre, Marselha;
  • a polos têxteis, como Lille, Região do Ruhr, Roubaix, Barmen-Elberfeld (Wuppertal), Chemmitz, Lodz e Moscou;
  • e a distritos siderurgicos e indústria pesada, na bacia do rio Loire, do Sarre, e da Silésia.

De 1830 a 1929 : A Expansão pelo mundo

Após 1830, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos Estados Unidos da América. Porém, cada país se desenvolveu em um ritmo diferente baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar.

Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-Prussiana em 1870, houve a Unificação Alemã que, liderada por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país que já estava ocorrendo desde 1815. Foi a partir dessa época que a produção de ferro fundido começou a aumentar de forma exponencial.

Na Itália a unificação política realizada em 1870, à semelhança do que ocorreu na Alemanha, impulsionou, mesmo que atrasada, a industrialização do país. Essa só atingiu ao norte da Itália, pois o sul continuou basicamente agrário.

Muito mais tarde, começou a industrialização na Rússia, nas últimas décadas do século XIX. Os principais fatores para que ela acontecesse foram a grande disponibilidade de mão-de-obra, intervenção governamental na economia através de subsídios e investimentos estrangeiros à indústria.

Nos Estados Unidos a industrialização começou no final do século XVIII, e foi somente após a Guerra da Secessão que todo o país se tornou industrializado. A industrialização relativamente tardia dos EUA em relação à Inglaterra pode ser explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, já na Inglaterra existia pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa na agricultura em relação à Inglaterra e consequentemente demorou bastante tempo para que a indústria ficasse mais importante que a agricultura. Outro fator é que os Estados do sul eram escravagistas o que retardava a acumulação de capital, como tinham muita terra eram essencialmente agrários, impedindo a total industrialização do país que até a segunda metade do século XIX era constituído só pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos.

O término do conflito resultou na abolição da escravatura o que elevou a produtividade da mão de obra. aumentando assim a velocidade de acumulação de capital, e também muitas riquezas naturais foram encontradas no período incentivando a industrialização.

A modernização do Japão data do início da era Meiji, em 1867, quando a superação do feudalismo unificou o país. A propriedade privada foi estabelecida. A autoridade política foi centralizada possibilitando a intervenção estatal do governo central na economia, o que resultou no subsidio a indústria. E como a mão-de-obra ficou livre dos senhores feudais, ocorreu assimilação da tecnologia ocidental e o Japão passou de um dos países mais atrasados do mundo a um país industrializado.


As consequências da Revolução Industrial

A partir da Revolução Industrial o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de um salário.

Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela, o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e após, a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5, já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.

A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.

Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, se comparadas com as habitações dos países industrializados hoje em dia. Mas representavam uma grande melhoria se comparadas as condições de vida dos camponeses, que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.

O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas.


As dourinas sociais e econômicas

Essas doutrinas coincidiam em alguns pontos fundamentais: eram contrárias ao liberalismo dos economistas do século XVIII e ao capitalismo, e favoráveis ao restabelecimento da "soberania" do trabalho. Vejamos algumas dessas doutrinas:

Socialismo utópico
Ver artigo principal: Socialismo utópico
O socialismo utópico concebia a organização de uma sociedade de caráter ideal. Contudo, esperava que a realização concreta dessa sociedade se desse através de concessões dos governantes ou dos capitalistas. Seus principais representantes foram Robert Owen (1771-1858, rico industrial inglês, Saint-Simon (1760-1825) e Charles Fourier (1772-1837), ambos franceses.
Socialismo científico
Ver artigo principal: Socialismo científico
O socialismo científico tem por fundamento a interpretação econômica da História e pregava o triunfo final dos trabalhadores através da própria luta do proletariado. Seus representantes foram Karl Marx (1818-1883), advogado alemão de origem judaica, e Friedrich Engels (1820-1895), compatriota e colaborador de Marx. O socialismo científico pode também ser chamado de revolução social do marxismo.
Socialismo cristão
Ver artigo principal: Socialismo cristão
A Igreja, diante dos problemas sociais, sobretudo os da classe operária, preconizou reformas em bases cristãs. Combateu a violência e a revolução social do marxismo. Entre os principais documentos que contêm os princípios da doutrina social da Igreja está a Rerum Novarum, encíclica do papa Leão XIII, prumulgada em 1891. O quadrgésimo ano da Rerum Novarum foi comemorado com a publicação da encíclica Quadragesimo Anno (1931) do papa Pio XI. Do papa João XXIII temos: Pacem in Terris e Mater et Magistra. O papa Paulo VI é o autor de Populorum Progressio e Humanae Vitae, esta última sobre o controle da natalidade.


A industrialização no Brasil

O Brasil, como uma antiga colônia de uma nação europeia, faz parte de um grupo de países de industrialização tardia.
Ver artigo principal: História da industrialização no Brasil.

A industrialização em Portugal

Em Portugal, as reformas de Mouzinho da Silveira liquidam os resquícios das estruturas feudais e consolidam a burguesia no poder, modernizando o país. Na segunda metade do século XIX implanta-se a malha ferroviária no país em paralelo a um desenvolvimento industrial e do comércio, à dinâmica do colonialismo, e a uma grande emigração, principalmente em direcção ao Brasil e aos Estados Unidos da América.

Referências
Nick Harling (7 de Agosto de 2008). James Hargreaves c1720-1778 (em Inglês). Página visitada em 24 de novembro de 2008.
[1]
Bibliografia
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 2001. ISBN 85-314-0592-0
HOBSBAWM, Eric J.. Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo (5a. ed.). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003. ISBN 85-218-0272-2
SOUZA, Osvaldo Rodrigues de. História Geral São Paulo: Editora Ática, 1990. ISBN 85-08-02735-5
MELANI, Maria Raquel Apolinário. Projeto Araribá - História 7ª São Paulo: Editora Moderna, 2006.