Entenda como os materiais resistentes a impactos podem influenciar no grau de proteção para quem os utiliza
Qual é o grau de proteção que um colete à prova de balas é capaz de oferecer e quais são os materiais mais resistentes de construção? Responder essa pergunta não é uma tarefa simples e, para entender o quão protegido você pode estar com um colete à prova de balas, é preciso primeiro conhecer o material do qual o equipamento é feito e qual é o grau de proteção que é capaz de oferecer.
Além disso, é preciso levar em consideração outros fatores. Há materiais mais resistentes do que o Kevlar, por exemplo, o mais amplamente utilizado em vestes do gênero, mas que não proporcionam a quem está equipado com eles o mesmo grau de mobilidade e flexibilidade de movimentos. No final das contas, tudo é uma questão de adaptar o uso do colete às necessidades de quem corre o risco de levar um tiro.
Armadura dos tempos modernos
Em linhas gerais, a proposta de um colete à prova de balas é a mesma das armaduras medievais: ser rígido o suficiente para evitar que ataques não cheguem até o corpo humano. Entretanto, diferente do que acontecia no passado, hoje há tecnologia para levar em consideração também a mobilidade de quem os utiliza.
Assim, materiais como placas cerâmicas ou estruturas metálicas mais espessas podem até ser mais eficientes, mas são mais desajeitados e menos macios. É praticamente uma unanimidade entre aqueles que utilizam produtos do gênero os coletes à prova de bala feitos em Kevlar. O entrelaçamento dos fios é o grande segredo do seu potencial de resistência a impactos.
O impacto de um projétil faz com que o entrelaçamento de fios do colete seja empurrado para trás, dispersando a energia do ponto de impacto para uma área ampla. Assim, não importando em que local aconteça, ele sempre terá sua energia distribuída ao longo de toda a estrutura.
Tipos de fibras
Embora seja o material mais utilizado, o Kevlar não é a única alternativa na construção de coletes à prova de bala. Outra fibra, chamada Vectran, é capaz de apresentar resistência até duas vezes superior à do Kevlar, chegando a ser até 10 vezes mais resistente do que o aço. A tecnologia hoje é propriedade da empresa norte-americana Kuraray, que fabrica 100% dos produtos comercializados no mundo nos quais o recurso é aplicado.
Por ser um pouco mais resistente, o Vectran é utilizado pela NASA na proteção de cabos e no revestimento de sondas, como as utilizadas nas missões Spirit e Opportunity, que foram enviadas a Marte.
Além disso, há soluções mais curiosas que, por enquanto, ainda estão sendo estudadas em laboratório. Foi descoberto que a seda de aranha, por exemplo, pode ser até 20 vezes mais resistente do que um fio equivalente de aço. Para que ela seja produzida, os pesquisadores modificaram geneticamente bodes para que produzam o mesmo componente químico.
Esse material inusitado recebeu o nome de Bioaço, que, aplicado aos tecidos, pode manter características de leveza e resistência com muita facilidade. Por fim, os nanotubos de carbono são outra alternativa em estudo em laboratórios. Pesquisadores afirmam que os fios com essa característica podem ser ainda mais resistentes. O grande problema, ao menos por enquanto, é o custo: cerca de R$ 1 mil por grama.
Os limites da resistência
Como você já deve imaginar, os coletes à prova de bala ajudam bastante quem os utiliza, mas não fazem milagres. Há limites de impacto de acordo com o estilo de construção utilizado, independente do material. Quanto maior for o entrelaçamento de fibras, mais resistente ele será. E, obviamente, mais caro.
Em linhas gerais, há seis níveis de proteção entre os coletes à prova de balas. O grau de proteção é mensurado de acordo com a velocidade de impacto (em metros por segundo) a que o conjunto é capaz de resistir. Confira quais são eles:
Projéteis de armas .30 podem ser paradas por coletes de nível IV.(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
Outros fatores devem ser considerados também na hora de um disparo, como a distância da arma em relação a quem está utilizando o colete ou a trajetória do projétil. Os números não são exatos e se referem a uma probabilidade, que pode ser maior ou menor, de resistência a impactos dessa natureza.
Fonte: Line of Fire, Bullet Proof Me, Science Mag
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